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INGLATERRA

Homem que atropelou multidão que celebrava título do Liverpool é indiciado pela polícia britânica

79 pessoas ficaram feridas, incluindo menino de 9 anos

A polícia britânica indiciou por sete crimes o homem q ue dirigiu uma van contra uma multidão que celebrava o título do Liverpool na Premier League, na noite de segunda-feira (26). Ao todo, 79 pessoas ficaram feridas, incluindo um menino de 9 anos, e sete pessoas seguem internadas, mas fora de perigo.

Paul Doyle, de 53 anos, responderá por crimes como lesão corporal intencional, tentativa de causar lesão corporal grave e direção perigosa, dentre outros. Ele segue detido desde segunda-feira, e deve comparecer a um tribunal na sexta-feira.

Na noite de segunda, uma multidão estava reunida na região central de Liverpool para comemorar o título da mais vitoriosa equipe da cidade quando um veículo foi visto avançando contra as pessoas, aparentemente sem controle.


Segundo testemunhas, o carro, um Ford Galaxy, estava buzinando antes de avançar, e parecia querer "abrir caminho no meio da multidão porque não queria esperar". Pouco depois, o veículo avançou contra as pessoas, “sem dar sinais de que pretendia parar”.

— Foi extremamente rápido — disse à Associated Press Harry Rashid, que estava com a esposa e as duas filhas pequenas quando a van ou perto deles.

— A princípio, ouvimos apenas o som seco das pessoas sendo lançadas do capô do carro. A multidão cercou o veículo parado e começou a quebrar os vidros. Ele acelerou de novo e simplesmente ou por cima do resto, continuou indo. Foi horrível. Dava para ouvir os solavancos enquanto ele ava por cima das pessoas.

As autoridades confirmaram 79 feridos, sendo que 50 pessoas foram levadas a hospitais. Entre as vítimas, quatro eram menores de idade, sendo que a mais jovem tinha 9 anos. Um carrinho de bebê foi atingido pelo veículo, mas a criança não ficou ferida.

O motorista, posteriormente identificado como Paul Doyle, foi detido no local e indiciado por direção perigosa e por conduzir sob efeito de drogas, que não foram identificadas pelos investigadores. Apesar de inicialmente afastar a possibilidade de terrorismo, as autoridades pedem às pessoas que evitem especular sobre as causas do incidente.

— Uma investigação abrangente sobre as circunstâncias precisas do incidente está em andamento e continuamos a pedir às pessoas que não especulem sobre as circunstâncias que cercam o incidente e se abstenham de compartilhar conteúdo perturbador online — disse a detetive Rachel Wilson, da polícia de Merseyside, citada pelo jornal Guardian.

A promotora da região onde fica Liverpool, Sarah Hammond, disse em entrevista coletiva que o inquérito está em sua fase inicial, e que “muitas evidências” estão sendo analisadas.

— Isso inclui diversas imagens de vídeo e inúmeros depoimentos de testemunhas. É importante garantir que cada vítima receba a justiça que merece — disse Hammond nesta quinta-feira, citada pela rede Sky News.

O incidente provocou uma onda de solidariedade no país. Um fundo foi criado para ajudar as vítimas, e autoridades britânicas expressaram seu repúdio ao ato de violência.

— Cenas de alegria se transformaram em puro horror e devastação — disse o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer a jornalistas na terça-feira, agradecendo aos profissionais de saúde e enviando seus votos de recuperação às pessoas feridas no incidente. — Liverpool está unida, e todo o país está com Liverpool.

Em visita ao Canadá, o rei Charles III disse, em publicação no X, que ele e a rainha Camilla ficaram "profundamente chocados e tristes" com os eventos de segunda-feira.

"Neste momento de partir o coração para o povo de Liverpool, sei que a força do espírito comunitário pelo qual sua cidade é conhecida será um conforto e apoio para os necessitados", dizia a publicação.

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