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Em ato institucional, João e Raquel deixam diferenças de lado e dividem palanque

Líderes políticos mantiveram a postura institucional

A agenda oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) uniu a governadora Raquel Lyra (PSD) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), no mesmo palanque, no município de Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, ontem.

Durante a da ordem de serviço para a duplicação da estação de bombeamento 3 do Projeto de Integração do São Francisco, os líderes políticos mantiveram a postura institucional e a governadora chegou a fazer um gesto em defesa da unidade fora do período eleitoral.

Unidade

Em discurso durante o evento, Raquel Lyra pregou a união, para melhorar a vida da população. "Há muito mais coisas que nos une nesse palanque do que nos separa. Época de eleição é época de eleição, aqui é lugar de união”, bradou ao fim do discurso que durou 13 minutos.

A governadora ou quatro minutos cumprimentando nominalmente as autoridades presentes. Citou cada um dos quase 50 prefeitos pernambucanos das várias regiões, incluindo, João Campos. Esqueceu apenas a senadora Teresa Leitão (PT) e pediu desculpas por isso em seguida. "Fiz questão de saudar nominalmente a todas as autoridades que estão aqui. Porque acredito muito que a força de todos nós juntos tem feito o estado de Pernambuco voltar a crescer", enfatizou.

Apesar da postura dos líderes políticos, a plateia presente chegou a fazer manifestações de apoio a Raquel e João Campos. No evento, no Sertão, teve gritos de “João governador”, quebrando o ambiente institucional, e manifestações de apoio a Raquel.

Defesa

João Campos chegou a Pernambuco, vindo de Brasília, no mesmo voo que o presidente Lula e a senadora Teresa Leitão (PT). Ao repercutir as agendas do presidente, o prefeito ressaltou a importância da Transposição do Rio São Francisco e lembrou do legado do seu bisavô e ex-governador Miguel Arraes.

“Muito feliz de estar presente nesse momento. É uma obra muito importante. Aqui a capacidade de bombeamento será dobrada. Para se ter uma magnitude disso, o bombeamento na estação em Salgueiro equivalerá a 6 milhões de carros-pipa colocando água. Parabéns ao presidente Lula por mais uma conquista histórica na transposição do Rio Francisco”, destacou.

Líderes

Raquel Lyra é candidata natural para disputar a reeleição para o governo do estado no próximo ano. Já João Campos tem o nome defendido para disputar o comando do Palácio do Campo das Princesas no pleito.

 A relação dos líderes com o governo Lula também é distinta. Recém filiada ao PSD, a governadora mantém uma relação de independência em relação ao Palácio do Planalto, mas nutre o alinhamento institucional com a gestão. O seu partido também ensaia pré-candidaturas próprias à Presidência da República, com os governadores Ratinho Junior (Paraná) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul).

Já João Campos declarou apoio antecipado do seu partido à reeleição do presidente Lula. Neste fim de semana, ele assumirá a presidência nacional do PSB e se tornará peça-chave nas costuras para a corrida presidencial de 2026. A legenda socialista, no entanto, enfrenta um embate com o PT para manter vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) na chapa majoritária de Lula.

História

A cena de dois prováveis adversários dividindo espaço ao lado do presidente Lula não é inédita na política pernambucana. Na corrida para as eleições de 2006, o então ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos (PSB), pai do prefeito João Campos, dividia o palanque do presidente Lula em agendas no estado com o então ministro da Saúde, Humberto Costa (PT). Os dois disputaram o governo do Estado neste ano e Eduardo Campos foi eleito governador de Pernambuco tendo como vice João Lyra Neto, pai da atual governadora Raquel Lyra.

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