Mário Ricardo nega travamento de pautas e cobra diálogo do governo com a Alepe
Deputado diz que Assembleia não é obstáculo e critica narrativa de confronto entre os Poderes
O deputado estadual Mário Ricardo (Republicanos) negou, em entrevista à Rádio Folha FM 96,7 nesta terça-feira (27), que a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) esteja travando projetos de interesse do Executivo. Para ele, a Casa tem cumprido seu papel institucional e não pode ser responsabilizada por eventuais entraves.
“Essa narrativa de jogar o Legislativo contra o Executivo tem muito mais um viés político do que compromisso com a verdade. A Alepe não tem segurado nada. Tudo o que chegou, nós discutimos e votamos”, declarou.
Entre as pautas que seguem pendentes na Alepe estão a indicação de Virgílio Oliveira para a istração de Fernando de Noronha, o novo pedido de empréstimo de R$ 1,5 bilhão por parte do governo, além de projetos do Tribunal de Contas do Estado e do Tribunal de Justiça.
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Segundo o parlamentar, nenhuma dessas matérias está parada por má vontade do Legislativo. No caso do empréstimo, ele afirmou que há uma limitação técnica.
“A Assembleia já autorizou R$ 1,7 bilhão neste ano. O governo tem essa autorização, mas ainda não executou tudo. A própria consultoria legislativa apontou que o Estado está no limite legal e não pode contrair novos empréstimos neste momento”, detalhou.
Sobre a indicação para a istração de Fernando de Noronha, Mário Ricardo afirmou que o processo segue em análise pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e que o ritmo atual não significa paralisação.
“Cada comissão tem sua autonomia. A CCJ avaliou que era necessário mais tempo, e isso é parte do processo legislativo”, ressaltou.
Adagro
O deputado também abordou a indicação para a presidência da Adagro. Mesmo com a pauta trancada, a sabatina do indicado, Moshe Dayan, será realizada nesta terça-feira (27) em caráter extraordinário.
“Foi uma situação emergencial, por conta da crise sanitária no setor avícola. As comissões se reuniram e entenderam a urgência do tema. Isso mostra que estamos atentos ao que é prioritário”, pontuou.
Mário Ricardo reforçou que a Alepe está aberta ao diálogo, mas cobrou maior articulação do Executivo.
“O Parlamento não é puxadinho do Palácio. Precisa de debate, convencimento. Eu fui prefeito e sei como é difícil dialogar, mas isso é essencial no Legislativo”, concluiu.