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Veras defende debate sobre vice de Lula e diz que disputa Raquel x João não deve afetar o PED

Deputado é pré-candidato à presidência do PT em Pernambuco e prega foco no fortalecimento do partido

A escolha do vice na chapa de Lula para 2026 deve ser tratada com diálogo e cautela, segundo o deputado federal Carlos Veras (PT-PE). A declaração do parlamentar ocorre em meio às discussões sobre a manutenção de Geraldo Alckmin (PSB) no posto. O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou recentemente, em entrevista ao podcast Direto de Brasília, parceria do Blog de Magno Martins com a Folha de Pernambuco, que seria uma “falta de fidelidade” por parte do PT não manter Alckmin como vice.

Veras reconheceu a importância de Alckmin, mas defendeu que a composição da chapa só deve ser definida no tempo certo, com construção coletiva entre os partidos aliados.

“Junto ao presidente Lula, [Alckmin está] o tempo todo, cumpre uma tarefa, um papel importante. Mas a vice do presidente Lula tem que ser debatida, dialogada. O próprio presidente Lula vai avaliar a conjuntura”, afirmou, em entrevista à Rádio Folha FM, 96,7, nesta sexta-feira (30).

Segundo o deputado, definir a chapa com muita antecedência pode dificultar alianças. “Se você já anuncia quem é o presidente, quem é o vice, isso pode afastar partidos. Pode ser que a gente renove a chapa Lula e Geraldo Alckmin, mas pode ser que o próprio PSB entenda que é possível fazer um gesto para atrair mais aliados”, disse.

Para ele, o objetivo central é garantir a reeleição de Lula. “Essa decisão não será só do presidente. Os partidos da federação – PT, PV e PCdoB – sabem que nosso principal objetivo é a eleição do presidente Lula. Isso se dará com construção coletiva”, completou.

PED
Pré-candidato à presidência estadual do PT, Veras também destacou que as articulações para 2026 em Pernambuco — como uma possível divisão de palanques entre a governadora Raquel Lyra (PSD) e o prefeito João Campos (PSB) — não podem interferir no Processo de Eleições Diretas (PED) do partido, que acontecerá no dia 6 de julho deste ano. Ele disputa o comando estadual com o ex-deputado federal Fernando Ferro.

“Não podemos antecipar 2026 nem contaminar o PED com a disputa de Raquel versus João. Eu, da minha parte, não farei nenhum movimento que contribua com isso. Trabalharei para impedir que esse debate externo interfira no processo interno”, afirmou.

Segundo Veras, o foco do PED deve ser o fortalecimento do próprio partido. “Se o PT estiver fraco, desunido, não vamos ter o que oferecer. O PT é um partido forte, com presença em todas as regiões, com lideranças, propostas e compromisso com a vida do povo. Temos que fortalecer isso”, declarou.

Candidatura própria
Veras disse ainda que, apesar do desejo antigo da militância petista, o partido não deve ter candidatura própria ao governo de Pernambuco em 2026.
“É uma semente que mora no coração de todos os petistas. Já tentamos algumas vezes, batemos na trave e ficamos frustrados por decisões nacionais. Mas temos clareza: não será em 2026”, afirmou.

Para ele, o cenário atual exige foco na aliança estadual que contribua para o projeto nacional. “A prioridade é reeleger o presidente Lula, reeleger Humberto Costa ao Senado, ampliar as bancadas estadual e federal. Não podemos ter apenas um deputado federal em Pernambuco. Precisamos, por exemplo, de Fernando Ferro de volta à Câmara”, concluiu.

Confira a entrevista: 

 

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