Test Drive Nissan Frontier Attack 2025: força bruta, conforto e estabilidade, mas será que basta?
Picape equilibra robustez, estilo e usabilidade, mas ainda fica atrás em tecnologia de ponta
A nova Nissan Frontier Attack 2025 chega com um visual imponente, um motor que entrega bravura sob o capô e um pacote de equipamentos que mira direto no consumidor apaixonado por picapes médias.
Mas em um segmento tão competitivo, no qual nomes como Toyota Hilux, Chevrolet S10 e Ford Ranger disputam a liderança, será que a Frontier tem o necessário para virar referência, ainda mais custando R$ 273.290?
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Motorização
Sob o capô, a Frontier Attack mantém o consagrado motor 2.3 biturbo diesel de 190 cv e 45,9 kgfm de torque, acoplado a uma transmissão automática de sete marchas. A entrega de potência é suave, mas não menos vigorosa, afinal a picape, apesar do peso de 3.230 kg, faz o 0 a 100 km/h em 11,3 segundos, e a velocidade máxima é de 180 km/h.
A biturbinada responde com prontidão nas acelerações na cidade e mantém o fôlego em ultraagens na estrada. O trabalho conjunto das turbinas em diferentes rotações faz diferença.
A tração é 4X4, tendo a opção 4X2, para mais performance no asfalto, e 4x4 reduzida para encarar terrenos mais extremos, além dos três modos de condução: Tow (reboque), Sport, Standard (padrão) e Off-Road.
Comparada à S10, com seu 2.8 turbodiesel de 200 cv, a Frontier perde um pouco no papel, mas ganha em refinamento mecânico.
Já frente à nova Hilux, a Nissan se destaca pelo menor nível de vibração e ruído interno. É um powertrain que privilegia o conforto sem abandonar a força.

Design agressivo
A versão Attack não nega o nome e foi a que mais sofreu mudanças. A dianteira ganhou grade preta brilhante, para-choques robustos, escurecidos, e o dianteiro cria um efeito de fusão com a grade. Os faróis em LED ganham uma mais moderna.
As rodas de liga leve escurecidas de 17 polegadas dão uma pegada off-road sem exageros caricatos.
Os para-lamas dianteiro e traseiro, por exemplo, am a ter molduras plásticas pretas para dar uma sensação maior de robustez (já que antes eram pintados na cor da carroceria).
Completam o design o santontônio, rodas e capa dos retrovisores também no tom preto.
O acabamento ainda traz novos adesivos na área do capô, portas e lateral da caçamba.
Nas dimensões, ela mostra toda a robustez com 5,26 m de comprimento, 1,85 m de largura e também 1,85 m de altura.
Outro ponto positivo é a altura do solo de 249,1mm, dando mais segurança ao motorista na hora de encarar solos mais difíceis.

Por dentro, a Frontier é funcional, com um acabamento mais duro, que mescla plásticos rígidos e texturas. Não se pode esperar o requinte de Amarok ou Ranger Limited, mas também não há sensação de descuido.
Os bancos, por exemplo, ainda são de ajuste manual, assim como o freio de mão.
Já o entre-eixos é bem generoso, com 3,15 m, dando conforto a todos os ocupantes do veículo.
Consumo e caçamba
No consumo, a Frontier fica dentro da média da categoria: 11,0 km/l na estrada e 9,1 km/l na cidade (diesel). Números honestos, considerando seu porte e proposta.
A caçamba de 1.054 litros e capacidade de carga de 1.029 kg atende com sobra tanto quem precisa transportar ferramentas quanto quem encara trilhas aos fins de semana com uma moto ou bike.
A tampa com assistência e o protetor de caçamba de série são pontos positivos, e há também ganchos para amarração e iluminação interna.

Tecnologia e segurança
Se por um lado a Frontier Attack não ostenta um arsenal tecnológico como suas irmãs mais caras (Pro-4X e Platinum), ela também não decepciona, sendo aquele básico com boas intenções.
O é bem resolvido, com boa ergonomia, bem como a central multimídia de 8 polegadas, agora com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, mas sem espelhamentos. Porém, funciona de maneira fluida, sem travamentos.
Em contrapartida, a configuração Attack não oferece quadro de instrumentos digital, mas é multifuncional com 7 polegadas. Além disso, o ar-condicionado não é digital, e a versão não oferece alguns itens de conveniência, como teto solar, que é oferecido para as versões de topo, Platinum e Pro-4X.
Na segurança, vem com controle de estabilidade e tração, controle de velocidade de cruzeiro com comandos no volante, tração opcional acionada por botão, vidros elétricos, volante multifuncional com ajuste manual de altura, retrovisores com ajuste elétrico, acendimento inteligente dos faróis, controle da pressão dos pneus, assistente de descida e subida em rampas, seis airbags e câmera de ré com boa definição.
Fazem falta itens como sensor de ponto cego ou piloto automático adaptativo, presentes nos concorrentes mais equipados.

Estabilidade
A Nissan Frontier Attack surpreende pela maneira como doma as curvas com autoridade, desafiando o estereótipo da picape grandalhona que se inclina demais nas mudanças de direção.
A sensação de estabilidade é quase instintiva. Ao entrar numa curva, é perceptível que o conjunto da suspensão, direção e controle de tração trabalha em harmonia para manter tudo sob controle.
A suspensão reforçada e o chassi bem calibrado fazem com que a caminhonete se comporte mais como um SUV parrudo do que como um utilitário tradicional, transmitindo confiança mesmo quando o asfalto some sob as rodas em velocidades mais ousadas e apesar da direção ser hidráulica e um pouco pesada.
A direção firme e precisa dá ao motorista a impressão de que está no controle de uma máquina pensada para enfrentar o fora de estrada, mas que se comporta com elegância e segurança também no asfalto. Essas características são fatores que os amantes do segmento valorizam bastante.
Pontos positivos
- Conjunto mecânico confiável: motor 2.3 biturbo entrega bom torque e consumo equilibrado para a categoria.
- Visual imponente e atual: estilo agressivo sem exagero, com rodas escuras e detalhes exclusivos da versão Attack.
- Boa dirigibilidade: apesar da direção hidráulica, a suspensão é bem acertada e menor nível de ruído em comparação com concorrentes diretos.
- Caçamba espaçosa e funcional: mais de 1.000 litros de capacidade, com tampa assistida e protetor de série.
- Estabilidade: direção precisa e firme com ótima performance nas curvas e no off-road.
- Pacote de segurança honesto: seis airbags, controle de estabilidade e assistência em rampas presentes.
Pontos negativos
- Tecnologia limitada: falta de assistências modernas, como piloto automático adaptativo, alerta de ponto cego ou câmera 360º.
- Acabamento interno simples: uso predominante de plásticos duros, sem o refinamento que se encontra em versões mais caras da própria Frontier ou nos rivais topo de linha.
- Preço elevado para a versão: embora mais ível que modelos topo de gama, R$ 273.290 mil ainda é um valor expressivo frente ao que ela entrega.
- Central multimídia poderia ser maior e mais completa: apesar do Android Auto/Apple CarPlay apenas com fio, ainda peca em interface e conectividade avançada.

Vale a pena?
A Frontier Attack 2025 parte de R$ 273.290 mil, o que a posiciona abaixo da Hilux SRX e da Ranger XLT, mas acima de versões de entrada como a L200 GLX. A questão aqui é o equilíbrio entre custo, robustez e o que se entrega na prática.
Ela não é a mais tecnológica, nem a mais potente, nem a mais luxuosa, mas é talvez uma das mais equilibradas para quem busca uma picape pronta para encarar o dia a dia e o lazer.
O conjunto mecânico confiável, o visual encorpado e a dirigibilidade mais refinada que nas gerações anteriores fazem dela uma opção muito racional.
Se o que se procura é um meio-termo honesto entre trabalho, estilo e conforto, a Frontier Attack 2025 tem um argumento sólido. Mas se sua prioridade é tecnologia de ponta, performance ou acabamento , talvez valha explorar opções acima na própria linha ou dar uma olhada na concorrência.