Tesouro Direto: entenda as consequências da suspensão das negociações desta manhã
As negociações dos títulos foram suspensas na manhã desta quarta-feira (23) após queda de juros
Depois da queda acentuada nas taxas dos títulos públicos federais, a Secretaria do Tesouro Nacional decidiu suspender temporariamente as negociações no Tesouro Direto. Os títulos voltaram a ser disponibilizados por volta das 11h20 do mesmo dia, mas ainda sem condições consideradas vantajosas para o investidor.
Segundo o economista Rhaldney Piauilino, oscilações como a registrada nesta quarta-feira são relativamente comuns no Tesouro Direto. “As variações nas taxas de juros e nos preços dos títulos públicos acontecem com frequência e são influenciadas por uma série de fatores, como as condições gerais do mercado, decisões de política monetária e as expectativas dos investidores em relação à economia”, explicou.
Suspensão
A paralisação temporária foi acionada como um mecanismo de proteção, para evitar que investidores operassem em um momento de alta volatilidade. No entanto, nem todos os tipos de títulos foram afetados da mesma forma pela movimentação nas taxas.
O Tesouro Direto oferece três principais modalidades de investimento: Tesouro Selic (LFT), Tesouro Prefixado (LTN) e Tesouro IPCA+. Durante a suspensão, apenas os títulos do Tesouro Selic permaneceram disponíveis. Isso ocorre porque esse tipo de papel está diretamente atrelado à taxa básica de juros — a Selic —, revisada a cada 45 dias pelo Banco Central, e apresenta menor sensibilidade às variações repentinas do mercado.
Por essa razão, o Tesouro Selic é considerado o investimento mais seguro entre os três em cenários de instabilidade. Para Piauilino, os investidores que aplicam em títulos prefixados ou atrelados à inflação (IPCA+) e optam por vender antes do vencimento correm mais riscos — como ficou evidente com a suspensão desta manhã.
“No momento da venda, o investidor pode enfrentar três cenários: lucrar com a valorização do título, resgatar exatamente o valor investido ou retirar menos do que aplicou. Esses papéis sofrem variações conforme o comportamento do mercado. Quando se vende antes do prazo, há uma espécie de quebra no acordo inicial com o Tesouro, e isso pode trazer consequências positivas ou negativas”, destacou.
Estratégias
Diante da instabilidade do mercado, Piauilino reforça a importância de uma estratégia de investimento alinhada ao perfil do investidor. “A melhor decisão é optar por um método que respeite seu perfil de risco e esteja alinhado com seus objetivos. Isso traz mais segurança e clareza na hora de tomar decisões”, afirmou. Ele também recomenda buscar orientação especializada. “Estude ou procure um profissional que possa ajudar na definição da sua estratégia e na escolha de ativos adequados ao seu perfil”, completou.