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Abrigo de animais no Recife sofre com falta de água; fundadora faz apelo

O Projeto Amor Sem Fronteiras depende exclusivamente de doações, mas segundo a gestora a situação tem ficado cada vez mais delicada

Laila Cavalcanti, fundadora e gestora do Projeto Amor Sem Fronteiras, abrigo que resgata animais abandonados e vítimas de maus-tratos na Zona Norte do Recife, divulgou nessa quinta-feira (24) um vídeo relatando as dificuldades que o espaço vem enfrentando nos últimos meses. 

Na gravação, Laila mostra aos seguidores no Instagram que recentemente tiveram a água cortada por estarem com contas em aberto. "É como se a gente estivesse invisível, é como se as pessoas tivessem esquecido que sem doação a gente não tem como manter nossos animais. Eles vão ficar com fome e sede se a gente não conseguir trazer os suprimentos", desabafou a dona do projeto, que atualmente acolhe mais de 50 pets, entre cachorros e gatos. 

Apesar do amor pelo que faz e o sentimento de gratidão por poder salvar tantas vidas, Laila conta que se sente esgotada emocionalmente por estar tendo que, de maneira frequente, pedir ajuda e perceber diminuição nas doações, "principalmente esse ano".

Além da conta de água, ela e seu pai, Domingos Sávio, que também gere o espaço, ainda precisam arcar com os custos de energia, produtos de limpeza – como sabão, detergente e água sanitária –, rações, idas ao veterinário e remédios.  

Cuidados redobrados

Cachorro resgatado surgiu com tumor outra vez; Laila e seu pai precisarão tomar cuidados redobradosTumor no Ivar, cachorro resgatado pelo abrigo | Foto: Laila Cavalcanti / Cortesia

Apesar da atenção e constante observação com os pets, os donos às vezes precisam enfrentar desafios mais delicados. Ivar, um dos cachorros acolhidos por Laila, foi resgatado "cheio de sarna, com a pata machucada", de acordo com ela, no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife.

A tutora conta que o animal "vivia rondando" nas proximidades do abrigo. Recentemente, um tumor surgiu no corpo do Ivar. A tutora diz que precisou realizar uma cirurgia de R$ 700 e que, por ser um valor alto, ainda não foi possível realizar o pagamento.  

Segundo a veterinária Maria Alice Figueirôa Nascimento, o fato dessas vítimas, por vezes, nascerem nas ruas ou até mesmo não receberem os devidos cuidados, estão mais suscetíveis ao adoecimento – ainda que venham a ser resgatados depois. 

"Esses animais que vivem nas ruas ou sofrem negligências não vão ter o e nutricional que necessitam. Se, por exemplo, eles se alimentam do lixo na rua, não vão receber as vitaminas e proteínas que o organismo precisa, e tudo isso interfere na formação da imunidade", explicou a especialista.

Entenda como ajudar o abrigo
O projeto está presente na plataforma Apoia.se para àqueles que preferirem realizar doações mensais. O valor pode ser a partir de R$ 1, através do cartão de crédito.

Para àqueles que preferem doar de maneira espontânea, poderão realizar transações de qualquer valor através do pix [email protected] ou através do QRCode

Apadrinhamento

Linda, cachorra resgatada pelo abrigo durante sessão de fotos para sua madrinhaLinda, cachorra resgatada pelo abrigo, durante sessão de fotos | Foto: Laila Cavalcanti / Cortesia

A adoção é o objetivo final do abrigo, porém Laila relembra que existe outra possibilidade de cuidar dos resgatados: o apadrinhamento. O interessado(a) pode escolher o(s) animal(is) que deseja apadrinhar e doar, mensalmente, um valor a partir de R$ 30,00. Com isso, a madrinha ou padrinho recebe uma cartinha e uma foto do animal todo mês. "Em época festiva, como Natal e São João, fantasiamos eles pra tirar as fotos", informou a fundadora.

"É uma forma legal de você colaborar. Podermos contar com um valor mensal fixo é muito importante para nos auxiliar nas despesas o abrigo"

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