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Pesquisa indica que tutores consideram seus cães mais importantes que seus melhores amigos

A comparação foi feita entre familiar mais próximo, melhor amigo, parceiro romântico, filho e pet

Uma pesquisa publicada na revista científica Scientific Reports indica que tutores preferem seus cães aos melhores amigos. Para fins de comparação, o pet só perde em proximidade para o filho. 

O estudo entrevistou 717 tutores para avaliar o relacionamento dessa pessoa com seu cão e outros quatro diferentes tipos de pessoas próximas (filhos, parceiro romântico, parente mais próximo e melhor amigo). 

Como abordagem, o estudo utilizou diferentes escalas de relacionamento examinando o vínculo cão-dono. Foram avaliadas as diferenças entre um relacionamento entre humanos e um relacionamento humano-animal. A tabela de questões realizadas envolvia perguntas sobre confiança, companheirismo, intimidade, auxílio quando necessário, afeto e satisfação. 

Cão deitado no colo de sua tutoraSam Lion / Pexels

Os resultados mostraram que os donos relataram maior satisfação com seus cães do que com qualquer parceiro humano, exceto seu filho. 

Vínculo
Segundo a pesquisa, essa conclusão pode vir de uma dependência do pet com relação ao seu tutor. 

"Isso pode advir do fato de que o relacionamento cão-humano apresenta uma dinâmica de poder mais assimétrica do que os relacionamentos humanos – ou seja, os donos têm controle total sobre a vida do cão", diz o resumo da publicação. 

Os cientistas utilizaram a teoria do apego, especificamente o apego criança-pais, para explicar a relação atual entre humanos e cães.

Tutores enxergam seus cãezinhos de forma tão próxima quanto um filho, pois o apego abrange quatro subsistemas comportamentais: manutenção da proximidade, sofrimento por separação, refúgio seguro e base segura, que ajudam a manter a segurança em situações estressantes.

Os cães exibem todos os quatro sistemas comportamentais. 

Além disso, a relação cão-humano compartilha muitas semelhanças com as relações criança-pais em aspectos como equilíbrio de poder, dependência, cuidado e ensino.

Se for observada a vida familiar com o decorrer do tempo, o cão representa um papel diferente e supre uma necessidade específica para cada momento da vida de seu tutor. 

"Nos estágios iniciais, os animais de estimação servem como companheiros para jovens adultos independentes, depois como precursores infantis ou substitutos para casais recém-casados. À medida que as famílias crescem, os animais de estimação se tornam companheiros ou substitutos de irmãos para crianças e, mais tarde, o primeiro animal de estimação (e responsabilidade) de adolescentes, que frequentemente assumem seus cuidados. Em estágios posteriores, como o ninho vazio e a reorganização familiar, os animais de estimação podem mais uma vez desempenhar um papel substituto, ajudando a lidar com perdas potenciais e atenuando a solidão", explica o artigo. 

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