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Nem 8, nem 80

A Estada do Menestrel é Sempre Inspiradora

Minha Intransigência é Seguir com uma Convicção: Só a Educação Transforma a Sociedade

Mesmo de relações com pessoas reservadas, mais precisamente, aquelas sem o reconhecimento público, costumo enxergar em certos contatos alguma marca forte por elas transmitidas. É aquela situação, na qual a gente põe os olhos e logo associa a figura observada, reservada ou pública, com alguma expressão iminente, ema espécie de identidade meritória. 

Saio em defesa dessa tese associativa, para, a partir dela, reforçar minha opinião sobre um tema polêmico: a educação e seu papel para a real conquista do desenvolvimento socioeconômico sustentável.

A pessoa que me serve aqui de exemplo, certamente, terá da maioria do público igual reconhecimento. Refiro-me a uma figura nacional que exala nos seus poros todo um bravo e renitente sentimento de defesa pela causa da educação. Aliás, independente de nossa proximidade hoje, trato-a, na extensão do meu respeito profissional, como o "Menestrel da Educação". Enfim, essa figura ilustre tem nome e sobrenome: Cristovam Buarque. Que poderia ser tratado como um dos poucos paladinos da história da educação, desse país com sintomas de ignorância e obscurantismo.

Pois bem, inspiro-me em Cristovam (que ontem comemorou aniversário aqui no Recife, sua terra natal), numa defesa singela, mas enfática, sobre o papel da educação, se este País ainda quiser abraçar a rota da busca pelo sustentável, em termos de um desenvolvimento real e efetivo. Muito longe de me imaginar no seio da grandeza política e intelectual de Cristovam e outros guerreiros, minha intransigência maior está na mesma luta. Afinal, insisto bater na tecla, quantas vezes forem necessárias, para enfatizar que sem um olhar obstinado para as bancas escolares do ensino fundamental, o Brasil não irá exercer a plenitude do que se deseja como desenvolvimento.

Vale lembrar que, neste exercício legislativo de 2025, serão discutidos os pormenores do Plano Nacional de Educação, válido para o decênio à frente. Nesse sentido, o desafio posto está em não fazer desse Plano a repetição dos anteriores, em termos de avanços substanciais. 

Para que a velha história da prioridade que nunca acontece não seja mais repetida, é preciso autoridade e efetividade, para que esse exemplo nacional de distanciamento entre discurso eleitoral e pragmatismo essencial, seja mesmo superado. A ousadia capaz de transformar a obsessão educacional em resultados transformadores, exige que a políticas públicas encarem três pontos: a) foco total no ensino fundamental; b) enfrentamento do desperdício demolidor promovido por desvios criminosos de verbas e/ou produtos; e, c) instauração de métricas confiáveis, operativas e frequentes, que possam medir a efetividade dessas politicas.

Parece-me vital que o que se traduz hoje como ações tão complexas, representem iniciativas que exerçam toda simplicidade de um diagnóstico já conhecido.  Afinal, não há como dissociar o paradigma do desenvolvimento sem uma educação de qualidade, que seja efetiva e transformadora.

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