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IA na educação: primeiros resultados do uso do Khanmigo em escola mostram avanços dos alunos

Inteligência artificial da Khan Academy adotada por escolas em Pernambuco

Nos primeiros meses de uso do Khanmigo, inteligência artificial da Khan Academy adotada por escolas do Grupo Salta, como o Motivo, em Pernambuco, os resultados positivos já apontam para um novo cenário no uso da tecnologia em sala de aula. Ao contrário de outras ferramentas de IA, como o ChatGPT, o Khanmigo não entrega respostas prontas, mas atua como um tutor personalizado, guiando o aluno na construção do raciocínio, na identificação de lacunas pedagógicas e no desenvolvimento do pensamento crítico.

No Motivo, o Khanmigo beneficia mais de 1.400 estudantes. A iniciativa visa não apenas enriquecer o aprendizado, mas também mudar a relação dos alunos com os conteúdos escolares, especialmente a Matemática, disciplina em que os primeiros impactos já são visíveis.

“Notamos um desejo genuíno em aprender usando esse recurso inovador. O Khanmigo aproxima a Matemática dos estudantes de forma mais dinâmica e envolvente”, destaca Fabiana Reis, diretora de Ensino do Motivo. 

Além da adesão dentro da sala de aula, os alunos têm explorado a ferramenta por conta própria, inclusive em outras disciplinas. Esse comportamento demonstra um aumento no engajamento, no interesse e na autonomia do estudante, o que tem surpreendido positivamente os professores.

Outro ponto de destaque é a maneira como a IA tem contribuído para diagnosticar e tratar lacunas de aprendizagem. Por meio de atividades como os Desafios, os alunos respondem às questões e o erro ou acerto, assim como o tempo de resposta e o à IA como e, vão para um banco de dados que elabora o perfil do aluno e indica o que ele precisa revisar. 

É fato que a interface intuitiva e atrativa ajuda na conexão dos estudantes com a plataforma, mas, ainda assim, o papel do professor permanece essencial: é ele quem direciona o foco dos alunos diante das múltiplas possibilidades oferecidas pela ferramenta. “O Khanmigo é um recurso, não um substituto. O mediador presencial é quem garante que o uso esteja alinhado aos objetivos pedagógicos”, reforça a diretora.

Embora o projeto ainda esteja na fase de diagnóstico, os resultados iniciais indicam um impacto positivo no engajamento. O acompanhamento semanal feito pelas coordenações pedagógicas por meio dos gráficos disponibilizados pelo Khanmigo mostra um aumento da participação dos alunos e a consolidação das habilidades a serem desenvolvidas em cada objeto de conhecimento.

“No dia a dia da escola, ‘a aula da Khan’ tem sido motivo até dos alunos não quererem se atrasar para estar em sala”, relata Fabiana. Nas próximas etapas, os alunos receberão trilhas personalizadas com base na BNCC (Base Nacional Comum Curricular). A expectativa é que, em breve, também se percebam melhorias significativas nas notas e avaliações formais.

A recepção das famílias também tem sido bastante positiva. De acordo com Fabiana, os pais compreendem a intencionalidade pedagógica do uso da IA e reconhecem seu potencial em favor da aprendizagem. 

No Grupo Salta, o Khanmigo está sendo usado, inicialmente, como estratégia de recomposição de aprendizagem e também no Programa Olímpico, voltado a alunos de alto rendimento. A expansão para toda a rede está em análise. Por fim, o Grupo pretende mensurar o impacto da ferramenta por meio de instrumentos próprios de avaliação, que incluem simulados, sistemas internos de monitoramento e relatórios micro e macro sobre o desempenho dos alunos.

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