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Saúde e bem-estar

Anvisa endurece regras para venda das “canetas de emagrecimento”

Retenção de receita será obrigatória

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou que, a partir de agora, medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, utilizados no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade, só poderão ser vendidos com a retenção da receita médica nas farmácias. A medida visa coibir o uso indiscriminado desses remédios, que têm sido amplamente utilizados para emagrecimento sem acompanhamento médico adequado. 

Retenção: apesar de já serem classificados como medicamentos de tarja vermelha, cuja venda exige prescrição médica, a nova determinação da Anvisa impõe um controle mais rigoroso. Agora, as farmácias deverão reter a via original da receita, semelhante ao procedimento adotado para antibióticos. 

o a o para aquisição:
1.    Consulta médica: o paciente deve ar por avaliação médica para obtenção da prescrição.
2.    Receita médica: o profissional fornecerá uma receita em duas vias.
3.    Compra na farmácia: no momento da compra, a farmácia reterá a via original da receita e devolverá a cópia ao paciente.
4.    Validade: a receita tem validade de 30 dias a partir da data de emissão.

 

Riscos: o uso desses medicamentos sem orientação médica pode acarretar sérios riscos à saúde. Entre os efeitos adversos estão náuseas, vômitos, pancreatite, hipoglicemia e problemas gastrointestinais. Além disso, o uso inadequado pode mascarar sintomas de outras doenças ou interagir negativamente com outros medicamentos.  Especialistas alertam que a automedicação, especialmente com substâncias que afetam o metabolismo, pode levar a complicações graves e até mesmo à morte. A supervisão médica é essencial para monitorar possíveis efeitos colaterais e ajustar o tratamento conforme necessário.

Acompanhamento: o acompanhamento médico é fundamental para garantir a eficácia e segurança do tratamento com esses medicamentos. O profissional avaliará o histórico clínico do paciente, possíveis contraindicações, interações medicamentosas e monitorará a resposta ao tratamento. Além disso, o médico poderá orientar sobre mudanças no estilo de vida, como dieta e exercícios físicos, que potencializam os resultados e promovem a saúde geral.

Público: os medicamentos Ozempic, Wegovy e Mounjaro são indicados para: pacientes com diabetes tipo 2 que não conseguem controlar a glicemia apenas com dieta e exercícios. Pessoas com obesidade (IMC ≥ 30) ou sobrepeso (IMC ≥ 27) com comorbidades associadas, como hipertensão ou dislipidemia.
 
Contraindicações:

  • Histórico de câncer medular da tireoide ou síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2.
  • Gravidez e lactação.
  • Diabetes tipo 1.
  • Pancreatite aguda ou crônica.
  • Doenças hepáticas ou renais graves.  

 
O Ozempic e o Wegovy têm como princípio ativo a semaglutida. Já o Mounjaro contém tirzepatida, age nos receptores de GLP-1 e GIP (hormônio envolvido na regulação da glicose e do apetite), por isso demonstra maior eficácia em perda de peso e controle glicêmico em alguns estudos.
 
As novas regras da Anvisa sobre a retenção da receita médica para a venda de medicamentos à base de agonistas de GLP-1, como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, entram em vigor em 60 dias a partir da publicação da resolução no Diário Oficial da União. 

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Saiba mais sobre o médico Rafael Coelho @rafaelcoelhomed –
www.rafaelcoelhomed.com.br
 


Acontece

Dificuldade para reconhecer rostos ou ver o chão com nitidez são alguns dos desafios dos pacientes com catarata  

A cirurgia de catarata promove mudanças significativas na vida de quem convivia com a doença. Plataforma utilizada pelo HOPE, o Hospital de Olhos de Pernambuco, permite medir, em uma escala de zero a 36, a percepção dos pacientes sobre o resultado do procedimento. Para calcular o Score, o HOPE aplica o PROMs (Patient Reported Out come Measures), questionário que é respondido antes e 90 dias após a cirurgia.  “São abordadas questões sobre atividades que mais necessitam da visão, como ver o chão com nitidez, reconhecer rostos, enxergar os preços dos produtos no supermercado, ler legendas na TV, entre outras. O aumento do Score é um indicativo de impacto positivo para os pacientes e, em 2024, o índice ou de 17,7 para 33,3”, diz o médico oftalmologista Bernardo Cavalcanti do HOPE, Hospital de Olhos de Pernambuco. A cada ano o HOPE realiza cerca de quatro mil cirurgias de catarata em pacientes de diversas faixas etárias, sendo a maioria dos 60 aos 80 anos. Recife lidera o número de procedimentos, seguido por Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista.


Máfia dos Milagres: livro amplia o debate sobre a neurodiversidade

Ainda sobre o Abril Azul, em que a sociedade é convidada a refletir sobre o respeito, a inclusão e os direitos das pessoas no Transtorno do Espectro Autista (TEA), o jornalista e escritor Maxwell dos Santos destaca sua obra Máfia dos Milagres como uma leitura necessária para ampliar o debate sobre a neurodiversidade e o enfrentamento ao charlatanismo. O livro, disponível na Amazon e concorrente ao Prêmio Kindle Vozes Negras, combina ficção e crítica social em uma narrativa envolvente voltada ao público infantojuvenil.

A história acompanha Úrsula, uma jovem professora de ciências de 22 anos, que a a confrontar falsas promessas de cura para o autismo ao conhecer Arthur, um aluno de 13 anos com altas habilidades. Ao descobrir a influenciadora digital Nathalia Alves, que promove supostos "tratamentos milagrosos", Úrsula se vê diante de um cenário alarmante de negacionismo científico e exploração da dor das famílias. Movida pela indignação, ela decide agir e enfrentar uma rede perigosa de desinformação.

Em meio às reflexões do Abril Azul, Máfia dos Milagres ganha ainda mais relevância por abordar questões urgentes como:
•    Negacionismo científico – A importância da informação baseada em evidências e do pensamento crítico;
•    Charlatanismo e falsas curas – O risco das promessas milagrosas que exploram famílias vulneráveis;
•    Autismo e inclusão – A valorização da neurodiversidade e o combate ao preconceito;
•    O papel da educação – A luta por uma sociedade mais informada, empática e acolhedora.
Com linguagem ível, personagens fortes e uma trama que prende do início ao fim, o livro convida leitores de todas as idades a refletirem sobre o impacto da desinformação e a importância da ciência na defesa dos direitos humanos.


Colaboração: Jornalista Jademilson Silva (DRT/PE: 3468)
 

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