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Um Ponto de vista do Marco Zero

Mulher & política: primeira senadora

Teresa Leitão foi eleita senadora em 2022, primeira mulher a alcançar tal função no Estado

Mulher também é política. Já demonstrado. Aqui e além. Vou citar três exemplos de fora do país. E um exemplo brasileiro. De Pernambuco. O primeiro exemplo, no exterior, é Golda Meir. Judia, nascida na Ucrânia, em 1898, foi uma das principais políticas de Israel, nos anos de 1960-70. Uma das fundadoras do Estado israelense. Exerceu cargos de ministra. Inclusive durante a guerra do Yon Kipur. Alcançando a função de primeira-ministra de 1969 a 1974. Sobre a firmeza de propósitos de Golda Meir, o reconhecido líder fundador da nação israelita, Ben Gurion, de cujo governo Golda foi ministra, disse: "Ela foi o único homem de minha gestão".

O segundo exemplo de mulher na política é Margareth Tatcher (1925-2013). Dedicada à atividade política, distinguiu sua atuação de tal modo que criou uma linha de trabalho conhecida como Tatcherismo. Acentuando duas caraterísticas: primeira, a modernização do Estado britânico, por meio da privatização de setores produtivos, como o de mineração e de comunicação. A segunda característica, obstinação e dureza na ação para concretizar os objetivos de governo. Enfrentando durante meses greves de trabalhadores ingleses. Liderou as forças do seu país na guerra das Malvinas. E defendeu a política do Estado mínimo, junto com Ronald Reagan, nos anos de 1970. Terá sido uma das mais fortes personalidades na política mundial. Ao lado da alemã, Ângela Merkel.

O terceiro exemplo feminino na política é a sa Simone Veil (1927-2017). Sua família foi morta no campo de concentração nazista de Auschwitz. Ela escapou com a irmã. Distinguiu sua vida pública participando ativamente em dois campos: o da política e no domínio literário. Foi membro da Academia sa. Exerceu o cargo de ministra da Saúde da França. Como parlamentar, defendeu o projeto de lei que despenalizou a interrupção voluntária do aborto no país. Presidiu o Parlamento Europeu de 1979 a 1982. E integrou o Conselho Constitucional francês.

O exemplo feminino na política brasileira contemporânea poderia ser a atual ministra do Planejamento, Simone Tebet. Ou a deputada e atual ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffman. Mas fico com Pernambuco. Na presença da senadora Teresa Leitão, primeira senadora eleita no Estado. Por dois motivos: sua continuada dedicação à educação, como professora, líder sindical e parlamentar. E desenvolver tal atuação em estado de tom machista como Pernambuco. Onde índices de violência contra a mulher e de feminicídio são elevados. Nódoa social que precisa ser extirpada do cenário pernambucano.

Teresa Leitão foi eleita senadora em 2022, primeira mulher a alcançar tal função no estado. É presidente da Comissão de Educação e Cultura do Senado Federal. Vice-líder da bancada feminina naquela Casa do Congresso Nacional. Autora de vinte e um projetos de lei durante seu mandato, até agora. E relatora, no Senado, do projeto de lei que trata do Programa Nacional da Educação brasileira.

É paradoxal a participação da mulher na política, em Pernambuco. Estado onde o feminino deve ser melhor cuidado. Presença feminina no Executivo e no Legislativo, onde foram eleitas a primeira senadora e três deputadas federais. Sinal dos tempos. Mas não apenas. Sintoma da consciência de que a mulher pode e deve ser protagonista. E de que o homem, se quiser ser visto como tal, íntegro, deve saber respeitar a mulher.

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