C6 Fest: último dia do festival teve emoção dos fãs de Wilco e um desfile de hits de Nile Rodgers
Outros artistas, como as jovens do The Last Dinner Party e o brasileiro Seu Jorge fecharam em grande estilo esta edição
Eis que chegou ao fim a terceira edição do C6 Fest, em São Paulo (SP). Nos últimos quatro dias, o público que foi ao Parque Ibirapuera conferiu uma miríade de artistas dos mais variados gêneros, seja os velhos conhecidos do público brasileiro como novos nomes que vem se consolidando no cenário musical mundial.
Neste domingo (25), muitos nomes foram celebrados pelos seus numerosos fãs e abrilhantaram este último dia de festival. Bandas como The Last Dinner Party e Wilco encheram a Tenda Metlife e a lenda Nile Rodgers e sua banda Chic botaram todo mundo para dançar no palco principal do C6 Fest, fechando os trabalhos deste ano.
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Conexão e devoção
Pela terceira vez no Brasil, a banda de rock alternativo Wilco certamente levou o maior público à Tenda Metlife no C6 Fest. Desde a atração anterior, muita gente já procurou seu lugar estratégico para ter a melhor visão do grupo.
Com 31 anos de estrada, a banda de Chicago cativou um séquito fiel de fãs e simpatizantes, de várias idades, desde a geração que os acompanha desde o começo até os jovens ouvintes, da geração z. Estavam todos lá.
No primeiro acorde, ouviu-se os gritos ensurdecedores da plateia e uma comoção generalizada. A primeira comunicação verbal do vocalista Jeff Tweedy com o público foi um fofo “oi” (no lugar dos já habituais “obrigado” ou “alô, São Paulo”).

Daí para frente, um desfile de canções na ponta da língua e cantadas a plenos pulmões, banhando não somente os fãs de emoção, mas, o próprio Jeff, que deixou cair algumas lágrimas e ainda indagou aos companheiros de banda: “Por que não ficamos aqui?”
Uma mostra da profunda conexão entre banda e público, em uma clima de total devoção.
Teatralidade e potência musical
Antes de Wilco, uma jovem banda que já tem uma fanbase considerável: The Last Dinner Party. O grupo britânico formado em 2021 e liderado pela vocalista Abigail Morris levou à Tenda Metlife um público quase tão numeroso e barulhento quanto do Wilco.

Com ares clássicos, a banda fez uma entrada teatral no palco. Usando um espartilho, Abigail fez uma performance segura e potente. Apesar do pouco tempo de estrada, a banda fez um show bem redondo, baseado no álbum “Prelude to Ecstasy” (2024), e com pleno domínio do palco.
De rosto angelical e olhar magnético, Abigail era pura dramaticidade na interpretação das canções, o que levou o público ao êxtase em quase todo o show.
Conexão RJ-BA
A penúltima atração da Arena Heineken, o palco principal do C6 Fest, foi Seu Jorge, que apresentou o show do seu mais recente ,"Baile à la Baiana", lançado em fevereiro deste ano.
Trabalho que contou com a colaboração dos percussionistas Peu Meurray e Magary Lord, “Baile à la Baiana” é uma celebração à música preta dançante, onde se encontram Rio de Janeiro e Bahia, congregando soul, funk, disco, com boas pitadas de malandragem carioca e dendê.
Foi esse clima que ele levou ao palco do C6 Fest. Com uma big band formada por 16 pessoas (entre instrumentistas e backing vocals) Seu Jorge e banda fizeram grande parte das músicas do álbum, com destaque para “Shock”, “Lasqueira”, “Gente Boa se Atrai”, mas, também outras canções do seu repertório, vertendo-as à “same energy” do “Baile”, como “Mina do Condomínio” e “Amiga da Minha Mulher”.

Dividindo os vocais com Seu Jorge, os próprios Peu Meurray e Magary Lord e mais outra baiana: “Luedji Luna”, com quem cantou “Banho de Folhas”.
O show mais adequado para abrir para a lenda que viria depois.
Dance!
“Aaaaaaaah, freak out!” Foi assim, com o coro do grandioso público, que Nile Rodgers & Chic abriram o derradeiro show do C6 Fest. A lenda viva da guitarra mais suingada da música norte-americana encerrou o festival fazendo o sabe de melhor: botando todo mundo para dançar.
Para você que agora se pergunta “quem é Nile Rodgers?”, eu respondo que, com certeza, você já ouviu alguma música com a sua .
Com seu nome gravado no Rock and Roll Hall of Fame e vários Grammys conquistados, o guitarrista, produtor e arranjador tem sua mão em músicas de David Bowie, Diana Ross, Madonna, Daft Punk, Beyoncé e uma série de outros artistas.

Nile é co-fundador da banda Chic, em 1975, que surgiu com uma sonoridade dançante, agregando soul, funk e disco music, e tornou-se uma máquina de fazer hits desde então.
Além da abre-alas “Le Freak”, que abriu com o público entoando seu refrão, a pedido do próprio Nile, também estiveram presentes no repertório outras pérolas como "Everybody Dance", "Dance, Dance, Dance", "I Want Your Love".
Mas, Nile também refrescou a memória do público com músicas de outros artistas, que tiveram sua participação: “Like a Virgin” e “Material Girl” (Madonna), "He's the Greatest Dancer" e "We Are Family" (Sister Sledge), “Cuff it” (Beyoncé), “Get Lucky” (Daft Punk), “Modern Love” (David Bowie).
Também de Bowie, a icônica “Let’s Dance”, seguida por um dos tantos grandes hits de Chic, “Good Times”, encerraram o show de um dos maiores guitarristas da música pop no século XX.
O repórter viajou a convite do C6 Bank.