Como deve ser o show de Lady Gaga em Copacabana? Artista deve cantar a música do Oscar
No Rio, a estrela fará este sábado o maior show de sua carreira, para um público esperado de 1,6 milhão de pessoas
Ao que tudo indica, Lady Gaga vai cantar, sim, a música do Oscar (''Shallow'', balada que dividiu com o ator Bradley Cooper no filme ''Nasce Uma Estrela'', de 2018) no show gratuito que fará este sábado na Praia de Copacabana — o maior de sua carreira, para o qual são esperadas 1,6 milhão de pessoas.
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Até agora, a cantora americana fez quatro apresentações da turnê de seu novo álbum, ''Mayhem'' (lançado em 7 de março): duas no festival californiano Coachella e outras duas no último fim de semana, no Estadio GNP Seguros, na Cidade do México. Entre os dois pares de shows, apenas uma música foi incluída no set list, ''Blade of grass'', do novo disco. E ''Shallow'' foi cantada em todos.
Segundo disse ao GLOBO o empresário Luiz Guilherme Niemeyer (da plataforma Todo Mundo no Rio, e um dos responsáveis pela vinda de Gaga ao Rio), a expectativa é a de que ''a gente vai ver tudo que Lady Gaga levou para o Coachella e talvez até um pouco mais, afinal é um show especial para ela também, para a carreira dela''.
— A gente espera sempre que façam alguma coisa diferente. Mas a base, com certeza, vai ser o show do Coachella. Por ser o maior show da carreira dela, a gente espera que ela faça um adão (de repertório). É o que a gente gostaria de ver, nós e os fãs — especulou.
Artista que vive um momento pleno produção de hits, Gaga construiu para o seu novo show, junto com a diretora Parris Goebel, uma narrativa de morte-e-ressurreição na qual conseguiu encaixar músicas que vieram basicamente dos seus primeiros álbuns (''The fame'', de 2008, e ''Born this way'', de 2011, que a definiram como entidade pop) com as de ''Mayhem'', de retorno à forma como possível hitmaker.
O que muitos fãs sentiram falta — e que justificaria o tal ''adão'' no repertório no show do Rio — foi de músicas dos álbuns intermediários ''Artpop'' (2013), ''Joanne'' (2016) e ''Chromatica'' (2020) (entre os quais, ''Perfect illusion'' e ''Stupid love''), além de hits como ''Just dance'' e ''Telephone''.
Nas quase duas horas do espetáculo de ''Mayhem'' que vem apresentando (pomposamente divididos em cinco atos), Lady Gaga vem alternando provocações, bizarria e emoção genuína, numa combinação de dança, teatro e música (ao vivo, com banda) cada vez mais rara neste milênio.
Entre colunas romanas e um ambiente renascentista evocado pelos figurinos e cenários, a americana de 39 anos apresenta um show de certa forma clássico — sem inovações e muito calcado nos sentimentos —, mas muito bem orquestrado e realizado, além de muito representativo de sua corrente estatura de estrela.
Um ''manifesto de Mayhem'', narrado por Gaga, introduz o primeiro ato, ''Of velvet and vice'' (''De veludo e vício''), no qual é apresentada a batalha de duplos a ser travada no show: entre a artista loura e solar e aquela mais sombria e sanguínea.
Tal qual uma Rainha de Copas, a cantora surge no palco em um enorme vestido vermelho de veludo de três andares que, ao abrir a saia como uma cortina, se revelaria ser uma gaiola, de onde saíram seus bailarinos. Os hits ''Bloody Mary", do álbum ''Born this way''; e ''Abracadabra'', de ''Mayhem'', marcam o início da apresentação.
Em seguida, ''Judas'' e ''Scheiße'' (esta, em clima de cabaré), outras das boas antigas, abrem caminho para o rock ''Garden of Eden'', do novo disco, com muito couro preto. Já no hit ''Poker face'', a coisa fica dramática, quando Gaga encena o assassinato de sua oponente numa fantástica batalha de xadrez. E isso é só o começo.
No segundo ato, ''And she fell into a gothic dream'' (''E ela caiu num sonho gótico''), surgem as questões da fama, sempre associadas a algo tétrico. ''Perfect Celebrity'', Gaga canta em uma caixa de areia com um esqueleto. Em ''Disease'', vem um balé claramente ''Thriller'', de zumbis.
Em ''Paparazzi'', ela surge em um figurino ciborgue, com muletas, metida num belo vestido branco. Depois, é hora de romance, com ''Alejandro'' — e de caos, com a melancólica ''The beast'', outra das faixas de ''Mayhem''.
O terceiro ato, ''The beautiful nightmare that knows her name'' (''O lindo pesadelo que conhece seu nome''), se reveste de tons azuis para introduzir faixas do novo disco, como a industrial ''Killah'', ''Zombieboy'' (de alegre electro, muito anos 80, com muitas caveiras), o hit recente ''Die with a smile'' (com Gaga em um piano de ossos, mas de duração abreviada, afinal faltava um Bruno Mars para fazer dueto) e ''How bad do U want me'', um desses pop-rocks redondos, como não se faz mais.
Morena e de preto, Lagy Gaga ressurge para o quarto ato, ''To wake her is to lose her'' (''Acordá-la é perdê-la''), que combina a nova e funky ''Shadow of a man'' com uma apoteótica ''Born this way'' (seguida, a partir dos shows do México, pela nova ''Blade of grass''). De volta ao piano, a artista ruma então para a obrigatória ''Shallow'', que, com emoções em alta, faz uma boa transição para a terna (e nova) ''Vanish into you'', na qual a diva vai pra galera, meio que anunciando o fim do espetáculo.
O ato final, ''Eternal aria of the monster heart'' (''Ária eterna do coração monstro'') é tão somente a incontornável ''Bad romance'', na qual Gaga é literalmente ressuscitada para cantar, e na qual ela refirma, para os seus fãs, o valor de se diferente em tempos de conservadorismo galopante: ''Somos monstros e monstros nunca morrem!'' Agora é aguardar para ver que surpresas a cantora trará para os seus monstrinhos em areias cariocas.
Repertório provável do show de Copacabana
Ato I: Of Velvet and Vice
Bloody Mary
Abracadabra
Judas
Scheiße
Garden of Eden
Poker Face
Ato II: And She Fell Into a Gothic Dream
Perfect Celebrity
Disease
Paparazzi
Alejandro
The Beast
Ato III: The Beautiful Nightmare That Knows Her Name
Killah
Zombieboy
Die With a Smile
How Bad Do U Want Me
Ato IV: To Wake Her Is to Lose Her
Shadow of a Man
Born This Way
Blade of Grass
Shallow
Vanish Into You
Finale: Eternal Aria of the Monster Heart
Bad Romance