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Debora Bloch é a convidada do videocast "Conversa vai, conversa vem"

Em entrevista a Maria Fortuna, atriz revela que perdeu o sono diante da Odete Roitman de "Vale tudo" e comenta sobre a repercussão de atitudes e falas da personagem

Debora Bloch é a convidada do videocast “ Conversa vai, conversa vem” desta quinta-feira (22), a partir das 18h, no canal do Globo no YouTube e nas redes sociais do jornal.

A atriz revela, em entrevista à jornalista Maria Fortuna, no estúdio da redação do Globo, que nem titubeou diante do convite para viver Odete Roitman no remake de "Vale Tudo", mas, que ao longo do processo, perdeu o sono diante da insegurança de não dar conta de interpretar a vilã mais icônica do Brasil.

Ela também comenta as frases perversas e racistas de Odete (como "Maria de Fatima nem é tão preta assim") e a face pegadora da personagem.

"A maneira como ela se relaciona com os homens sem romantismo a coloca com discurso que a gente vê nos homens em relação às mulheres. Sempre aceitamos atores fazendo par com atrizes com a metade da idade deles. Agora, o fato da Odete, uma mulher de 61, a minha idade, sair com homens mais jovens e se divertir com isso sem um compromisso afetivo é uma coisa da nossa época, mais moderna" afirma.

A atriz destaca o "poder simbólico dos signos na representação artística".

"Assistir numa novela das oito uma mulher com esse comportamento é um reflexo de um pensamento. Não quer dizer que haja uma nova postura. A mulher de 60 hoje não quer parecer uma 30, quer parecer viva, ser livre. Na época que a Beatriz fez a novela, a mulher de 60 era uma senhora que já não estava mais numa vida produtiva, estava invisibilizada, fora do jogo. A representação dessa mulher também mudou. Ela não está mais colocada de lado. É legal depois de tanto tempo que só a juventude é gostosa. Não é só sobre corpo, é sobre repertório. Mas também queremos ser gostosas" diz a atriz, também de 61 anos.

Na entrevista, Debora detalha ainda o que a mantém com tesão na vida, analisa a importância de gostar de ficar sozinha ("ainda que a sociedade julgue a mulher que chega desacompanhada num bar") e as dores e delícias do casamento na maturidade.

Ela também firma a importância da formação que teve em teatro, conta que ainda tenta encontrar seu lugar nas redes sociais e revela o personagem que mudou sua vida.

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