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STREAMING

Disney compra direitos de streaming do fenômeno infantil 'CoComelon', que deve sair da Netflix

Programa é uma das atrações infantis mais assistidas do mundo há quase uma década, A partir de 2027, todas as temporadas da produção ficará disponível no Disney+

A Disney garantiu os direitos exclusivos de streaming da série infantil "CoComelon", tirando um dos programas infantis mais populares do mundo da rival Netflix. A partir de 2027, o Disney+ terá todas as temporadas de "CoComelon", uma coleção de músicas e rimas infantis voltada para crianças pequena. As informações são de fontes da agência Bloomberg que pediram anonimato porque o acordo ainda não foi oficialmente anunciado.

Sediada na Califórnia, a Disney pagará dezenas de milhões de dólares por ano pelos direitos, segundo uma dessas pessoas.

"CoComelon" é um dos programas infantis mais assistidos do mundo há quase uma década. Seu canal principal no YouTube tem 193 milhões de inscritos e acumula mais de 2 bilhões de visualizações por mês, segundo dados do Social Blade. Em 2024, foi o segundo programa mais assistido da Netflix, atrás apenas da séria "Bridgerton".

A série se soma ao já robusto catálogo infantil do Disney+, que inclui "Bluey", o programa pré-escolar mais assistido no streaming, além de clássicos da Disney em filmes e séries. No primeiro trimestre deste ano, a Disney tinha três dos programas pré-escolares mais assistidos nos Estados Unidos: "Bluey", "Spidey e seus Amigos Espetaculares" e "A Casa do Mickey Mouse".

O ex-executivo de publicidade Jay Jeon criou o canal no YouTube em 2006 para entreter seu filho e o vendeu em 2020 para a britânica Moonbug Entertainment. Posteriormente, a Moonbug foi adquirida pela Candle Media, uma empresa de mídia independente liderada pelos ex-executivos da Disney Kevin Mayer e Tom Staggs. A Moonbug, que preferiu não comentar, continuará publicando vídeos de "CoComelon" no YouTube, enquanto o Disney+ será a casa exclusiva da série no streaming pago.

A popularidade de "CoComelon" na Netflix diminuiu nos últimos 12 a 18 meses. Embora tenha sido o quinto programa mais assistido em todo o streaming em 2023, não apareceu no top 10 no ano ado. A audiência caiu cerca de 60% nos últimos dois anos. A Netflix continuará sendo a casa de "CoComelon Lane", uma série original derivada, além de "Blippi", outra propriedade da Moonbug.

A Disney tem sido a maior marca de entretenimento infantil do mundo há um século, criando personagens amados como Mickey Mouse e a Pequena Sereia. No entanto, muitas das propriedades infantis mais populares atualmente surgiram fora de Hollywood. "Bluey", por exemplo, é uma criação da Australian Broadcasting Corp. em parceria com a BBC Studios.

A Disney está reforçando seu foco em conteúdo infantil enquanto disputa audiência com a Netflix e, especialmente, com o YouTube — hoje o serviço de vídeo mais popular do mundo, principalmente entre o público abaixo dos 30 anos. O Disney+ encerrou março com 126 milhões de s, um aumento de 1,4 milhão em relação aos três meses anteriores.

Além de "CoComelon", a Disney também licenciou várias temporadas de "Little Angel" e algumas de "JJ’s Animal Time", outros dois programas da Moonbug. "Little Angel" continuará disponível no YouTube, Netflix e Amazon.

Os serviços de streaming, que antes priorizavam conquistar novos s, agora estão cada vez mais focados em manter os clientes por mais tempo. Quanto mais tempo o permanece na plataforma, menor a chance de cancelamento e maior seu valor para os anunciantes. Conteúdos infantis são fundamentais para isso, respondendo por cerca de 15% de toda a audiência na Netflix, segundo a própria empresa informou na semana ada. A Netflix terminou 2024 com mais de 300 milhões de s pagos.

No dia 19 de maio, a empresa anunciou um acordo para incluir episódios novos e antigos do clássico infantil "Vila Sésamo" e também mantém no catálogo o sucesso infantil "Gabby’s Dollhouse".

"CoComelon" chegará ao Disney+ no mesmo ano em que um filme baseado na franquia será lançado nos cinemas pela Universal Pictures.
 

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