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música

Gerlane Lops, artista conhecida no samba, mas "multicultural" no Carnaval

A pernambucana, com 28 anos de carreira, conta um pouco da sua trajetória na música e sua preparação para a Folia de Momo

Durante alguns anos, o Carnaval do Recife adotou a alcunha de “Multicultural”, para representar a diversidade encontrada na Capital pernambucana durante o reinado de Momo. Frevo, maracatu, coco, ciranda, rock, rap, brega funk e samba, tudo isso e muito mais cabe na folia recifense.

O samba, inclusive, tem um dia todo seu no Marco Zero, principal palco da maior festa popular do planeta. No Domingo de Carnaval, dia 2 de março, uma das artistas a subir ao palco para animar os foliões será Gerlane Lops.

Com 28 anos de estrada, a cantora, compositora e percussionista está se preparando para uma agenda fervente. Além do Marco Zero no Domingo de Carnaval, Gerlane tem pela frente apresentações no Baile Municipal do Recife, no Galo da Madrugada, na rua da Moeda, em Jardim São Paulo e nas folias de Bezerros, Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Moreno.

Samba e frevo
Gerlane Lops é nome conhecido na cena do samba em Pernambuco, mas se engana quem pensa que ela fica apenas no samba. A artista, que estudou Canto no Conservatório Pernambucano de Música e cursou Licenciatura em Música pela UFPE, começou profissionalmente no frevo.

“O samba brasileiro foi que me deixou mais próxima do povo e pelo mundo afora, mas eu venho de uma trajetória anterior a isso: meu primeiro projeto foi uma orquestra de frevo, que era a Orquestra Cultural de Olinda, quando eu tinha 17 anos”, esclarece Gerlane.

Antes disso, ainda, a música já era uma paixão e Gerlane já “duelava” com dois “bambas do frevo”. “Eu sou contemporânea de Forró e de Spok, nós éramos rivais de banda marcial, das escolas que estudávamos. Os meninos tocavam instrumentos de sopro e eu, de percussão. Da minha percussão, veio a Orquestra Cultural de Olinda, depois, que eu comecei a cantar”.

Cultura carnavalesca
Em 2019, Gerlane Lopes foi, junto ao sambista Belo Xis, homenageada do Carnaval do Recife. Este ano, se prepara para o 15º ano desfilando no Galo da Madrugada, em que terá como convidado de percurso o cantor pernambucano – radicado em São Paulo (SP) – Paulo Neto.

Apesar dessa presença tão forte no Carnaval, ela conta que nunca chegou a ser uma foliã. “Eu era aquela adolescente que, em vez de ir para o Recifolia, eu ia para a Orquestra Sinfônica de Olinda, eu ia estudar música, eu ia estudar canto. Eu era meio nerd”, lembra a cantora.

Sua entrada profissional na música, de certo modo, acabou levando-a para perto do Carnaval muito pelo caminho do amor que ela nutre pela cultura popular pernambucana. 

“Eu acho que o artista pernambucano precisa fazer isso em todo o lugar que ele estiver, precisa tocar nossa cultura, que é tão nossa, tão única, a gente tem que aproveitar esse privilégio. Eu coloco isso no meu samba”.

Nos shows carnavalescos de Gerlane, em especial na sua agem pelo Galo da Madrugada, o samba dá lugar ao frevo, ao maracatu, ao caboclinho e a outros gêneros que fazem a alegria dos foliões.

Música nova
E nos próximos shows, Gerlane apresentará novidades. A canção “Opará”, um ijexá para Oxum, parceria com Jades Sales, que já está nas plataformas, será apresentada ao vivo, pela primeira vez no show do Marco Zero, dia 2 de março. Ainda está para ser lançada para este Carnaval a música “Samba Forte”, também uma parceria de Gerlane com Jades Sales.

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