Tudo pronto para Lady Gaga em Copacabana: confira detalhes sobre o show e bastidores da festa
Telão do palco, torres de som, área dos super fãs... saiba o que espera a estrela pop no maior show da sua carreira, marcado para o sábado
O slogan pode ser “Mayhem on the beach” (“Caos na praia”). Mas, na real, o que não falta é organização ao show gratuito que a pop star americana Lady Gaga faz neste sábado na Praia de Copacabana, para um público esperado de pelo menos 1,6 milhão de pessoas.
Oficialmente anunciada no fim de fevereiro, a operação Gaga in Rio entrou na semana ada em sua reta final.
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Com a parte estrutural do palco pronta, os técnicos começaram a subir neste fim de semana as caixas de som nas torres e a instalar os telões de LED do palco, com os devidos testes de vídeo.
Tudo muito parecido com o que aconteceu no show de Madonna também nas areias de Copa, exato um ano atrás. Mas com novidades:
"Desta vez, o telão dá uma impressão de continuidade, no que a gente chama de 3D. Ele a pelo palco, dá uma volta e vai até as torres laterais. Foi um projeto feito em parceria com a equipe da Lady Gaga" informa Leo Gontijo, coordenador de montagem do palco, que trabalhou em 2024 no show de Madonna (e no último show de Gaga no Rio, no Parque dos Atletas, em 2012).
Até quarta-feira, ele garante, estará encerrada a montagem das 16 torres (com 9m de altura e 5m de largura) que exibirão o show para quem estiver mais afastado do palco (montado em frente ao Copacabana Palace), até a altura da Avenida Princesa Isabel, divisa com o Leme.
Na quinta (01), estará instalado o equipamento de som, para a cantora fazer teste de palco.
"Na Madonna, a gente tinha dez torres com luz, som e vídeo, e seis só com som e vídeo. Este ano, as 16 têm luz, som e vídeo" diz Gontijo.
"Porque estamos esperando um público maior do que o da Madonna. Esse evento acabou entrando para o calendário da cidade, as pessoas tiveram tempo para se organizar e vir"
Com uma área VIP igual à do show de Madonna (para 7.500 a 8 mil pessoas, com direito a espaço na frente do palco para os superfãs, que serão escolhidos pela produção junto aos fã-clubes de Gaga), o Mayhem on the Beach será o maior show da carreira dessa sumidade pop do novo milênio.
A mesma que, em 2012, tatuou “Rio” na nuca e, cinco anos depois, deixou em prantos uma geração ao cancelar, de última hora, seu show no Rock in Rio (seu tuíte na ocasião, “Brazil, I’m devastated” — “Brasil, estou arrasada” — inspirou inúmeros memes).
"Acho que a gente vai ver tudo que ela levou para o (festival de) Coachella e talvez até um pouco mais, afinal é um show especial para ela também, para a carreira dela. Então, a gente espera sempre que façam alguma coisa diferente. Mas a base, com certeza, vai ser o show do Coachella" arrisca Luiz Guilherme Niemeyer, de 31 anos, o grande responsável, junto com o pai (o empresário Luiz Oscar Niemeyer, 68 anos), pela vinda de Gaga ao Rio.
"Por ser o maior show da carreira dela, a gente espera que ela faça um adão (de repertório). É o que a gente gostaria de ver, nós e os fãs"
Luiz Guilherme conta que os pedidos de convites para a área VIP de Gaga estão chegando a ele numa intensidade bem mais alta do que no ano ado, com Madonna.
"Eles vêm de todos os lados, de todos os lugares, de pessoas que você nem se lembra mais, mas que vêm te tratando como família. Estou acostumado, a gente trabalha com isso" diz.
"Acho que na Madonna as pessoas não tiveram tempo de se mobilizar, a gente anunciou faltando um mês para o show. Lady Gaga, a gente anunciou antes, as pessoas tiveram tempo de se preparar e até de inventar uma desculpa melhor para pedir um ingresso"
O empresário não chega a ser exatamente um fã de Lady Gaga. Mas se explica:
"Ela marcou muito a minha geração como música pop, era a música que tocava nas festas que eu frequentava na minha adolescência. Eu cresci ali, de certa forma ouvindo e sendo influenciado por ela. Mas sou um sujeito um pouco mais do rock e do blues, acho que por influência paterna. Sou um cara com gosto antigo, os meus artistas já se foram, não dá para botar o B.B. King para tocar em Copacabana. Mas gosto mesmo é de realizar. O grande barato desse negócio é o frio na barriga"
agem de bastão?
Há quem possa imaginar que Luiz Oscar Niemeyer —o homem que trouxe Paul McCartney pela primeira vez ao Brasil, em 1990, e que depois, além de trazê-lo de volta muitas vezes, ainda pôs os Rolling Stones para tocar na Praia de Copacabana, em 2006 — esteja fazendo uma agem de bastão para o filho.
Mas Luiz Guilherme diz que não é bem assim:
"A gente está trabalhando junto, mas cada vez mais dividindo as funções. Ele lida mais, obviamente, com a parte artística, eu lido mais com a parte comercial, com marketing. Tudo em relação com as marcas, com os patrocinadores, com órgãos públicos sou eu que faço"
Assim como Madonna, Lady Gaga não vinha ao Rio desde 2012 (“é o que a gente chama de escassez, um quesito importante na tomada de decisão”, diz Luiz Guilherme Niemeyer) — um dado que, segundo ele, foi de fundamental importância na escolha de Gaga para dar prosseguimento ao projeto de shows de grandes astros internacionais nas areias de Copa.
"Imediatamente após o show de Madonna, a gente foi a Los Angeles sondar quem poderia ser a atração seguinte. Tem um grupo de dez ou 12 nomes que hoje podem botar um um milhão de pessoas na praia" explica o empresário.
"Pelo momento de carreira, Gaga era o nome que fazia mais sentido. E acho que a gente acertou nesse ponto, porque quando a contratou, o álbum (“Mayhem”, que chegou ao topo das paradas nos Estados Unidos e vários países) ainda não tinha sido lançado. A Madonna é a rainha do pop, representa várias gerações, e acho que Gaga representa a continuidade desse pop"
E para a continuidade do projeto de fazer um grande show internacional por ano na praia, Luiz Guilherme criou a Todo Mundo no Rio, uma plataforma associada à produtora Bonus Track do pai.
A ideia é que a atração contratada faça o seu show e mais nenhum outro na mesma época na América do Sul, de forma “que todo mundo venha ao Rio”.
"Ano ado, a gente era o “show da Madonna”. Esse ano seria o “show da Lady Gaga”, mas a gente queria um nome ao qual as pessoas pudessem se referir ao projeto, sem necessariamente vincular ao nome de uma artista" diz ele, que fechou um contrato de quatro anos com Corona e Santander como patrocinadores.
"Este é um projeto muito difícil de viabilizar, não dá para todo ano procurar o artista para só depois procurar patrocinador"
Em meio à espera pela estrela, a retirada de um publicitário com a imagem de Lady Gaga na boca do túnel em frente ao shopping Rio Sul levou a especulações entre os fãs de que ela não viria mais.
Luiz Guilherme Niemeyer minimiza a questão:
"Na verdade, aquilo já estava programado, de deixar cinco dias com Lady Gaga e o restante com Todo Mundo no Rio, justamente para solidificar a marca no subconsciente das pessoas"
Início familiar
Luiz Guilherme entrou na profissão cuidando de festas e de eventos pequenos, por conta própria.
"E aí, quando entendi o que o meu pai fazia da vida, ei a frequentar o escritório dele. Eu tinha uns 16 anos, e ficava ali para não fazer nada, só ouvindo e absorvendo" conta ele, que aos poucos foi assumindo pequenas funções nos eventos promovidos pelo pai, montou uma empresa, cuidou da reforma do Teatro do Jockey e organizou festivais como o MITA e o Doce Maravilha.
Ele assegura que, quando Lady Gaga enfim chegar ao Rio, tudo estará pronto ( ela fez shows neste fim de semana na Cidade do México).
"A gente deixa a equipe à disposição, mas a programação é ela que monta. O que a gente manda para a equipe é uma lista de sugestões do que fazer no Rio. Teve uma vez em que, do nada, o Paul (McCartney) decidiu velejar na Baía de Guanabara. A gente teve que arrumar um veleiro para ele" recorda-se.
"Espero que a Lady Gaga não invente muitas peripécias (risos)! A gente fez shows com a Lana del Rey que eram num sábado e depois no outro sábado. Ela não avisou a ninguém, deixou o hotel aqui e foi parar em Manaus, numa tribo indígena!"