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RIO DE JANEIRO

MC Poze do Rodo deve permanecer preso por pelo menos 30 dias

Decisão da validade da prisão temporária foi confirmada em audiência de custódia do cantor

O MC Poze do Rodo, nome artístico de Marlon Brendon Coelho Couto da Silva, deve permanecer preso temporariamente por um período de pelo menos 30 dias, a contar da data em que ele foi detido pela Polícia Civil.

A decisão sobre a validade da prisão temporária do MC foi mantida, nesta quinta-feira, durante audiência de custódia realizada na Central de Custódias de Benfica, na Zona Norte do Rio. Investigado por apologia ao tráfico de drogas, o cantor já está à disposição da Justiça no presídio Dr.Serrano Neves, mais conhecido como Bangu 3A, no Complexo do Gericinó, na Zona Oeste do Rio.

A defesa do funkeiro ainda pode recorrer da decisão em instância superior.

Poze do Rodo foi preso na manhã desta quinta-feira quando estava em casa, no Recreio dos Bandeirantes. Os agentes que o prenderam cumpriram um mandado de prisão temporária expedido pela 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá, que aceitou uma representação que solicitava o mandado, feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e pela Polícia Civil.

De acordo com as investigações, o MC realiza shows exclusivamente em áreas dominadas pelo Comando Vermelho (CV). Nessas apresentações, cita a polícia, há a presença ostensiva de traficantes armados com armas de grosso calibre, como fuzis, garantindo a "segurança" do artista e do evento.

Um dos casos citados é do baile funk na Cidade de Deus, dois dias antes da morte de um policial da Core durante uma operação na comunidade há dez dias.

Segundo a defesa, policiais civis da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) cumpriram ainda um mandado de busca e apreensão na residência do funkeiro para recolher joias — muitas delas com símbolos que fariam referência a traficantes ligados à facção criminosa Comando Vermelho — além de celulares, eletrônicos, documentos e possíveis armas de fogo. No entanto, de acordo com o advogado, nenhuma arma foi encontrada na casa. O repertório das músicas apresentadas por MC Poze também foi analisado, o qual a polícia diz fazer "clara apologia ao tráfico de drogas, ao uso ilegal de armas de fogo e incita confrontos armados entre facções rivais, o que frequentemente resulta em vítimas inocentes".

"A Polícia Civil reforça que as letras extrapolam os limites constitucionais da liberdade de expressão e artística, configurando crimes graves de apologia ao crime e associação para o tráfico de drogas", afirma nota da secretaria.

De acordo com decisão judicial, a investigação da DRE indica que indiciado tenha forte vínculo com o CV, porque teria livre o às comunidades dominadas pela facção criminosa e faria os shows com apoio de pessoas armadas com fuzis, além de incentivar o tráfico de drogas e incitar a violência contra os traficantes de drogas pertencentes a outras facções criminosas, conforme divulgado pelo Tribunal de Justiça do Rio.

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