"O último azul", filme de Mascaro com Rodrigo Santoro, conquista prêmios no Festival de Berlim
Longa foi aclamado pelo público e crítica em sua estreia mundial no evento, onde conquistou o Prêmio do Júri Ecumênico e o Prêmio do Júri de Leitores do Berliner Morgenpost
Dirigido por Gabriel Mascaro ("Boi Neon" e "Divino Amor"), "O Último Azul" ("The Blue Trail", em inglês) conquistou, neste sábado (22) dois prêmios dos júris paralelos à competição principal da 75ª edição do Festival de Berlim: o Prêmio do Júri Ecumênico e o Prêmio do Júri de Leitores do Berliner Morgenpost.
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O longa segue na disputa pelo Urso de Ouro, que será anunciado neste sábado, quando acontece a cerimônia de premiação.
O tapete vermelho terá a presença de Gabriel, Denise Weinberg e Rodrigo Santoro, parte do elenco do filme, além da produtora Rachel Daisy Ellis.
O Prêmio do Júri Ecumênico (Ecumenical Jury Prize) é concedido ao diretor cujo filme retrata ações que estejam de acordo com os Evangelhos ou que sensibilizaram os espectadores por sua temática espiritual, humana ou social.
"Eu venho de um país onde temos enfrentado esses desafios sobre a aceitação de diferentes perspectivas e religiões. Estou muito emocionado em ver todos unidos pelo cinema, pela arte e diversidade. Estou muito feliz por ter conquistado esse prêmio!", relatou Gabriel.
Já o Prêmio do Júri de Leitores do Berliner Morgenpost (Berliner Morgenpost Reader’s Jury Award) é concedido pelos leitores do jornal Berliner Morgenpost, cujo júri é composto por 12 membros, que premiam um dos filmes na competição oficial.
Segundo os votantes, "O Último Azul’ aborda a idade, a liberdade, a autodeterminação e amizade em um mundo distópico e hostil de um jeito alegre e colorido. Uma joia de esperança."
Mascaro agradeceu a cada um dos membros do júri e destacou: "É muito especial receber o prêmio do público e das pessoas que realmente se envolvem, leem o jornal e participam das atividades de imprensa. Para mim é muito importante receber esse tipo de de vocês, que são apaixonados por cinema e filmes. Isso dá vida ao nosso filme".
Protagonizado por Denise Weinberg, com Rodrigo Santoro, Adanilo e a atriz cubana Miriam Socarrás no elenco, o longa é situado na Amazônia, em um Brasil quase distópico, onde o governo transfere idosos para uma colônia habitacional em que vão "desfrutar" seus últimos anos de vida.
Antes de seu exílio compulsório, Tereza (Denise), uma mulher de 77 anos, embarca em uma jornada para realizar seu último desejo.
O filme foi extremamente aplaudido durante a estreia mundial na Berlinale, no dia 16 de fevereiro.
Uma aventura sobre resistência e amadurecimento ao longo dos rios da Amazônia, "O Último Azul" tem previsão para chegar aos cinemas brasileiros ainda em 2025.
Mascaro já esteve na Berlinale em 2019, quando “Divino Amor” foi exibido na Mostra Panorama. "O Último Azul" é o primeiro filme brasileiro a competir pelo Urso de Ouro desde 2020.
Anteriormente, o Brasil venceu o prêmio com "Central do Brasil" (1998), de Walter Salles, que também recebeu o Urso de Ouro de Melhor Atriz, para Fernanda Montenegro, e "Tropa de Elite" (2008), de José Padilha.
Com produção da Desvia (Brasil) e Cinevinay (México), em coprodução com a Globo Filmes (Brasil), Quijote Films (Chile), Viking Film (Países Baixos), e distribuição da Vitrine Filmes no Brasil, "O Último Azul" foi produzido por Rachel Daisy Ellis ("Boi Neon", "Rojo") e Sandino Saravia Vinay, produtor associado de "Roma", de Alfonso Cuarón, e coprodutor dos filmes anteriores de Gabriel Mascaro.