Por que Renato e Marco Aurélio moram juntos em "Vale Tudo"? veja como era na versão original
Personagens, hoje, são interpretados por João Vicente de Castro e Alexandre Nero; em 1988, eram de Adriano Reis e Reginaldo Faria
Dois homens solteiros dividindo apartamento não parece hábito de milionário, não é? Mas na novela "Vale tudo" isso é normal para os primos Marco Aurélio (Alexandre Nero) e Renato (João Vicente de Castro).
O vice-presidente da TCA e o diretor da agência Tomorrow moram juntos num belíssimo apartamento na Zona Sul do Rio — algo que tem causado estranhamento no público nas redes sociais, afinal, a condição financeira dos dois permite que morem sozinhos.
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Mas isso é algo que a autora, Manuela Dias, manteve da versão original, escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères.
Em 1988, os primos (Reginaldo Faria era Marco Aurélio; Adriano Reys era Renato) também dividiam apartamento e moravam junto com Tiago (na época o ator Fábio Villa Verde, hoje Pedro Waddington) e a empregada Deise (Fátima Patrício).
Não houve, naquele momento, uma explicação do por que eles moravam juntos.
Mas atenção para o spoiler a seguir! (Pare aqui, se não quiser saber detalhes do futuro da trama). Em 1988, os dois não dividem o condomínio para sempre.
Renato se envolve romanticamente com Leila (na época Cássia Kiss; hoje, Carolina Dieckmann), mas Marco Aurélio também se interessa pela secretária.
O empresário percebe uma fragilidade na relação dos dois: Leila quer casar, e Renato não parece estar disposto a dar tal o.
Ele, portanto, se compromete e a propõe um casamento. Leila balança, mas pondera: Marco Aurélio quer algo sério e Renato, não.
Por fim, ela decide aceitar o pedido de casamento, o que deixa Renato enfurecido. Os dois rompem, e o diretor da agência sai de casa.
As casas
Mas não é só Marco Aurélio e Renato que cohabitam o mesmo teto. "Vale tudo" é marcada por núcleos que dividem a mesma casa, dos mais humildes aos milionários.
São nesses espaços que se desenrolam as ações que movimentam a trama.
Por exemplo: a casa da tia Celina, que Marco Aurélio, em 1988, chama de "cortiço de luxo".
Isso porque, em determinado momento, moram lá: Odete Roitman, o casal Heleninha e Ivan, o outro casal Maria de Fátima e Afonso, além da própria Celina, do mordomo Eugênio, da empreagada Marina e da constante visita da amiga da família Laís.
Tiago também chega a viver lá em uma fase da novela. A casa cheia é essencial para mostrar como o alcoolismo de Heleninha influencia toda a família e para dar dimensão às tramoias de Maria de Fátima e, assim, construir conflitos, principalmente entre ela e Celina.
Não se sabe se a versão de 2025 manterá o "cortiço de luxo", mas, na década de 1980, Gilberto e sua equipe conseguiram transformar em piada na trama o estranhamento que o público pudesse sentir.
Na época, o texto deixava claro que isso acontecia porque Celina era uma pessoa agregadora. Heleninha, por exemplo, não tinha coragem de deixar a casa da tia, mesmo depois de casada, para não magoá-la — apesar das tentativas de Ivan de ter uma apartamento próprio.
No núcleo Raquel e Poliana, por exemplo: desde o início os dois dividem o mesmo teto, quando ele oferece a casa dele e de Aldeíde para ela morar assim que chega ao Rio sem nada no bolso.
Quando Raquel fica rica com a Paladar, uma rede de restaurantes industriais, ela mantém esse hábito. Em 1988, a empresária se muda para um superapartamento, mas leva consigo Poliana (seu sócio na empreitada e também bem de vida) e Aldeíde.
Os três estão ricos, mas também dividem as contas. De novo, no espaço do apartamento, os personagens se encontram, têm conversas importantes e fazem planos essenciais para o seguimento da trama.