Logo Folha de Pernambuco
Música

Renato Teixeira, ícone da música caipira, celebra 80 anos de vida no Recife, neste sábado (31)

No repertório, sucessos selecionados nos mais de 20 álbuns lançados em 50 anos de carreira; Ingressos à venda no site Uhuu.com e na bilheteria do teatro RioMar

O cantor e compositor paulista Renato Teixeira, referência da música caipira brasileira, volta à Capital pernambucana para apresentar, amanhã, no Teatro RioMar, às 20h, o show da turnê que comemora seus 80 anos, completos no último dia 20 de maio. Ingressos estão à venda no site Uhuu.com e na bilheteria do teatro.

No repertório, grandes sucessos do artista selecionados nos seus mais de 20 álbuns lançados ao longo de mais de 50 anos de carreira, a exemplo de "Romaria", "Tocando em Frente", "Frete", "Amanheceu Peguei a Viola", canções que se tornaram verdadeiros hinos da música brasileira. 

No palco, Renato estará acompanhado de um quinteto de violão, guitarra, baixo, bateria e flauta e promete compartilhar sua estrada com o público. “Tem muita história. No show, conto a origem das canções, de um jeito bem informativo, gostoso. E a banda é muito boa, o cenário, a iluminação. Eu tenho que estar rodando o Brasil há bastante tempo e, agora, com esse perfume dos 80 anos, algumas coisinhas novas estou colocando”, conta.

Pernambuco
“Minha relação com Pernambuco começa de uma forma muito interessante. Eu morava em Ubatuba, nos anos de 1950, na infância. E, de repente, vi a minha mãe segurando um guarda-chuva e dançando uma dança esquisita. Já era o frevo, mas foi naquela época e nem sabia que existia frevo. Então a minha mãe já gostava”, lembra o artista.

“Pernambuco foi muito fundamental na minha formação poética. No meu contato não pessoal, mas literário com Manuel Bandeira, no livro ‘Itinerário de Pasárgada’, que era uma aula sobre poesia. E quando cheguei em São Paulo, me entrosei com aquele pessoal do [Teatro da PUC-SP] Tuca, que estava fazendo ‘Morte e vida Severia’, de João Cabral. Depois, me aproximei muito do Dominguinhos, fizemos muita coisa juntos e ele me apresentou o Gonzagão”, conta.

Renato Teixeira conta que tinha planos de fazer intercâmbio cultural com o Rei do Baião. “Tinha combinado com o Gonzagão que ele ia me apresentar o Vale do Cariri e eu ia apresentar para ele o Vale do Paraíba, que é de onde eu sou e fui criado, em Taubaté. Mas aí ele morreu. Agora vai sair um documentário sobre essa história. Por incrível que pareça, tem uma ligação muito interessante as duas regiões. Acho que o regionalismo nos une. Representamos o lado caipira do Brasil”, reflete.



Raízes
O artista ou a infância em Ubatuba e a adolescência no interior de São Paulo. “Das atividades familiares, a que mais me interessava era a música. No final dos anos de 1960, mudei para a capital. As portas se abriram e logo eu estava no Festival da Record de 67. Minha música era 'Dadá Maria' e foi defendida pela Gal Costa e pelo Silvio Cesar. Na virada para os 1970, a música silenciou. Fui fazer jingles publicitários para sobreviver. Nesse tempo já havia me identificado totalmente com a música caipira”, recorda.

“Com meus lucros publicitários, criei o Grupo Água, até que, um dia, a Elis Regina ouviu Romaria e nos convidou para acompanhá-la na gravação. Foi um grande sucesso que mudou minha carreira e criou espaço para que a música do interior invadisse o mercado”, detalha.

Entre suas parcerias marcantes na carreira, Amir Sater, com quem compôs “Um Violeiro Toca” e “Tocando Em Frente”. Já com Pena Branca e Xavantinho, gravou o disco “Ao Vivo em Tatuí”, que se transformou num marco no gênero caipira.

Mercado
A música caipira, avalia o artista, também abriu as portas para o que hoje é classificado como “sertanejo”, que por demanda da indústria e do mercado musical, foi perdendo suas raízes de sua essência poética. “Acho que hoje a música anda meio banal, nem digo banal, mas tem um lado mais funcional para prestar, para funcionar, por exemplo, para o agronegócio”, aponta.

SERVIÇO
Renato Teixeira na turnê "Renato 80"
Quando: 31 de maio de 2025, às 20h
Onde: Teatro RioMar
Informações: www.teatroriomarrecife.com.br

Ingressos:
Plateia alta: R$ 300 e R$ 150 (meia)
Plateia: R$ 260 e R$ 130 (meia)
Balcão: R$ 220 e R$ 110 (meia)
À venda no site Uhuu.com e na bilheteria do teatro

Newsletter