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RIO DE JANEIRO

Suspeito de planejar atentado em show de Lady Gaga foi deportado dos EUA

Informação sobre plano de ataque com explosivos artesanais no evento chegou à Polícia Civil do Rio dez dias antes do evento, por meio do serviço de inteligência

O suspeito de ter planejado um ataque a bomba durante o show da cantora Lady Gaga, realizado no último sábado na praia de Copacabana, no Rio, havia sido deportado dos Estados Unidos. Segundo a Polícia Civil do Rio, o homem, identificado como Luis Fabiano da Silva, foi enviado de volta ao Brasil depois de viver mais de 27 anos ilegalmente em solo americano.

O homem foi preso em flagrante no domingo após ser encontrado com uma arma. Na delegacia, foi solto horas depois, após pagar fiança. No entanto, sua prisão foi decretada após a audiência desta segunda, a qual o homem faltou. Na decisão, a juíza Fabiana Pagel, do Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), considerou que outras medidas cautelares diversas à prisão poderiam não ser o suficiente diante os crimes investigados.

 

Fabiano voltou a ser preso, por determinação da Justiça, nesta terça-feira. Ele é suspeito de chefiar o grupo que preparava um plano para realizar ataques contra o público no show deste sábado.

"Quando ideias preconceituosas e discriminatórias são disseminadas livremente, estas não apenas ferem a dignidade de indivíduos e grupos marginalizados, mas também alimentam a intolerância, a violência e a exclusão social", escreveu a juíza na decisão.

Como a polícia descobriu plano de atentado
A informação sobre um plano de ataque com explosivos artesanais no show de Lady Gaga chegou à Polícia Civil do Rio dez dias antes do evento, por meio do serviço de inteligência. Segundo o delegado Felipe Curi, secretário da pasta, uma denúncia recebida dias depois pelo Disque-Denúncia (2253-1177), também ajudou a confirmar a existência de um planejamento para executar a ação. No dia do show, um homem apontado como chefe do grupo foi preso em Rio Grande do Sul, e um adolescente foi apreendido no Rio pela suspeita de participação. Ao todo, oito criminosos foram identificados.

O show transcorreu normalmente e o planejamento foi desarticulado com realizações de prisões. O grupo, de acordo com a polícia, disseminava ódio e preparava um plano para realizar ataques contra durante o show da cantora, principalmente com o foco no público LGBTQIA+.

As ações de planejamento eram elaboradas por meio de uma plataforma de mensagem e áudio e envolveriam uso de coquetéis molotov e outros explosivos artesanais. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, Curi também pontuou que a investigação terá novos desdobramentos a partir da análise do que foi apreendido com os suspeitos.

Durante a operação, batizada de "Fake Monster", a ação identificou que os suspeitos estariam recrutando jovens pela internet para promover os ataques. Todos são investigados por terrorismo e incitação ao crime. Foram apreendidos, na ocasião, telefones celulares e notebooks. Todo material ará por uma análise e ainda por uma perícia. Novos detalhes do caso são mantidos em sigilo para não atrapalhar as investigações.

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