Última novela das seis de Manoel Carlos, "História de Amor" volta ao ar na faixa "Edição Especial"
Sucesso que completa 30 anos de exibição e volta ao ar a partir da próxima segunda, dia 10
A baixa repercussão do remake de “Irmãos Coragem”, de 1995, fez a Globo rever seus planos para a faixa das seis. Na tentativa de reconquistar a audiência perdida, a emissora estava decidida a não correr grandes riscos. Para isso, encomendou a Manoel Carlos um folhetim raiz, sem invencionices e com forte apelo popular.
Mesmo querendo escrever para o horário das 20h, o novelista aceitou a empreitada. Com duas sinopses já pré-aprovadas pela Globo, o autor atenuou polêmicas e elevou o romantismo para conceber “História de Amor”, sucesso que completa 30 anos de exibição e volta ao ar na faixa saudosista “Edição Especial” a partir da próxima segunda, dia 10.
“Inicialmente, a trama seria centralizada em um triângulo amoroso onde mãe e filha iriam se apaixonar pelo mesmo homem. Era um tema completamente sem sentido para ser desenvolvido às seis. Reestruturei o enredo, criei novas histórias e adequei tudo para não ter problemas com a classificação indicativa”, destaca o autor. O triângulo composto com mãe e filha, porém, não foi desperdiçado pelo autor e serviu de base para “Laços de Família”, de 2000.
Na trama, a vida de Helena e Joyce, mãe e filha interpretadas por Regina Duarte e Carla Marins, a por um momento de provação por conta da súbita gravidez solo da jovem, que foi abandonada pelo namorado, o violento Caio, de Ângelo Paes Leme.
Aos 17 anos, além dos dilemas adolescentes e as incertezas de uma maternidade precoce, Joyce também precisa enfrentar a fúria de seu pai e ex-marido de Helena, Assumpção, papel de Nuno Leal Maia, que não se conforma com a situação da filha e coloca toda a culpa na ex-mulher.
“Eu parecia mais jovem, mas tinha 27 anos na época da novela. Com muitas cenas fortes de embate e emoção com a mãe, a direção me explicou que precisava de uma atriz experiente para o papel. Foi uma experiência incrível. As pessoas me paravam na rua e me diziam que a Joyce não era um exemplo a ser seguido”, diverte-se Carla.
Primeira das três Helenas vividas por Regina, em “História de Amor” a heroína decide dar uma nova chance à paixão quando conhece o famoso médico Carlos Moretti, de José Mayer.
O grande problema é que o galã já tem duas mulheres bem presentes em sua vida: a mimada Paula, com quem ele acaba de se casar, e a possessiva Sheila, sua sócia na clínica médica e com quem ele namorou por 10 anos, papéis de Carolina Ferraz e Lília Cabral.
“Essa novela me deu a alegria de trabalhar com o Maneco pela primeira vez. A Sheila foi minha grande chance de sair de personagens confortáveis e divertidas, para mostrar uma mulher com atração fatal. Ela tinha vontade de matar a Helena, mas fazia o oposto, se fingia de amiga e era completamente dissimulada”, relembra Cabral.
Ambientada no Rio de Janeiro típico das tramas do autor, as sequências da produção earam com propriedade pelas ruas de bairros famosos da capital carioca, como o Leblon, Jardim Botânico, Gávea e Barra da Tijuca, além de um núcleo fixo em Teresópolis, na Região Serrana do estado.
Com elenco ainda formado por nomes como Bia Nunes, Cláudio Lins, José de Abreu e Eva Wilma, entre outros, foi em “História de Amor” que o texto com tom de crônica do novelista encontrou a direção mais dinâmica de Ricardo Waddington, parceria que ainda rendeu títulos como “Por Amor”, “Laços de Família” e “Mulheres Apaixonadas”.
“Foi o início de uma relação profissional muito importante para a minha carreira. A novela foi o sucesso que a emissora precisava naquele momento. A ideia era fazer algo tradicional, mas o texto do Manoel Carlos sempre vai além e entra de fato na casa das pessoas, influenciando comportamentos e tendências”, avalia o diretor, celebrando as mensagens sociais abordadas na trama, como a importância do diagnóstico precoce e do tratamento do câncer de mama e a relação de pessoas com deficiência física e o esporte.
“História de Amor” – Globo – de segunda a sexta, às 15h.