10 anos de Stellantis em Goiana: marco de desenvolvimento para Pernambuco
Com R$ 18 bilhões já investidos e novos aportes de R$ 13 bilhões até 2030, fábrica impulsionou a indústria, gerou mais de 60 mil empregos e elevou o PIB regional; planta produzirá primeiro carro híbrido em 2026
O polo automotivo do Grupo Stellantis de Goiana, em Pernambuco, celebra nesta quinta-feia (22) seus 10 anos de operação, destacando-se como um marco de transformação socioeconômica na região. Desde sua inauguração, em 2015 e com R$ 18 bilhões investidos, a fábrica se consolidou como referência mundial na indústria automobilística, sendo capaz de projetar, desenvolver e produzir veículos de alta qualidade e valor agregado.
Ao longo dessa década, mais de 60 mil empregos diretos e indiretos foram gerados, com capacidade instalada para produzir até 280 mil veículos por ano — entre modelos das marcas Jeep, Fiat e Ram.
Futuro
Com foco no futuro, a Stellantis anunciou um investimento de R$ 13 bilhões para o período de 2025 a 2030. Esse montante será destinado à renovação da linha de produtos, desenvolvimento de novas tecnologias, atração de fornecedores e geração de mais empregos.
Um dos destaques dessa nova fase é a chegada da tecnologia Bio-Hybrid à planta de Goiana, cujo primeiro veículo será lançado em 2026. Além disso, uma nova marca e seis novos modelos também serão produzidos na unidade nesse intervalo.
“Temos um orgulho enorme da história construída ao longo dos últimos 10 anos pelo Polo Automotivo de Goiana, e dividimos esta alegria com todos os nossos empregados e parceiros que nos ajudaram a consolidar a fábrica como uma das mais modernas da Stellantis no mundo. As perspectivas para o futuro são excelentes! Teremos uma nova marca e seis novos produtos na fábrica entre 2025 e 2030. Confirmamos também que o primeiro veículo equipado com a tecnologia Bio-Hybrid produzido em Goiana será lançado em 2026”, comemora Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis para a América do Sul.
PIB
Os efeitos da instalação do Polo Automotivo da Stellantis em Goiana ultraam os limites da indústria automobilística e impactam diretamente a economia pernambucana.
De acordo com estudos da consultoria Ceplan, a presença da montadora foi decisiva para alavancar o crescimento industrial do estado.
A participação do setor de veículos automotores no Valor da Transformação Industrial (VTI) de Pernambuco saltou de 1,5%, em 2011, para 12,4% em 2022.
No Produto Interno Bruto (PIB) estadual, o setor industrial também ganhou força, ando de 29% em 2010 para 34% em 2021.
Goiana, onde está instalada a fábrica, vivenciou uma verdadeira transformação econômica. Antes da chegada da unidade, em 2013, o município respondia por 1% do PIB de Pernambuco.
Em 2021, essa participação subiu para 4,8%. Já o PIB per capita da cidade apresentou um crescimento de 300% entre 2011 e 2021, ando de R$ 10.380,90 para R$ 45.259,54. A receita tributária per capita, puxada principalmente pelo ICMS, teve alta de 222% no mesmo período.
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O impacto também é expressivo na geração de empregos. Entre 2014 e 2024, Goiana viu o número de postos formais de trabalho crescer 59%. A participação do Polo e do Supplier Park no total de empregos formais do município aumentou de 12,9% para 43,8%.
Os efeitos positivos ultraam as fronteiras locais. Embora Goiana concentre 19,5% dos postos de trabalho formais gerados pela cadeia automotiva, cidades vizinhas como Igarassu (15,9%), Paulista (15,3%), e as capitais Recife (8,0%) e João Pessoa (4,2%) também são beneficiadas.
O crescimento da fábrica também estimulou a formação de um ecossistema automotivo na Zona da Mata Norte, com o número de fornecedores locais saltando de 22, em 2015, para 38 em 2025, com perspectiva de chegar a 100 nos próximos anos.
Parceria
A participação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) foi decisiva para a implantação da Stellantis no estado.
O projeto de financiamento foi apresentado à Superintendência em 2012 e, por meio do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), foram destinados R$ 1,96 bilhão à construção da fábrica.
“O que vemos em Goiana é uma demonstração concreta da força dos nossos instrumentos de desenvolvimento. A Sudene não é apenas uma agência de fomento, mas uma instituição estratégica que atrai investimentos, conecta oportunidades e faz do desenvolvimento regional uma realidade”, afirma o superintendente da Sudene, Danilo Cabral.