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Mercado

Ações do Banco do Brasil despencam em 12%

Lucro abaixo do esperado e incertezas no guidance fizeram as ações do banco caírem na última sexta-feira (16)

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As ações do Banco do Brasil (BBAS3) registraram uma queda expressiva de 12,69% na última sexta-feira (16), após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2025. O banco reportou lucro líquido de R$ 7,3 bilhões no período, número que, embora robusto, ficou aquém das expectativas do mercado e sinalizou um ano mais desafiador à frente.

A instituição agora projeta um lucro total de cerca de R$ 30 bilhões para 2025, bem abaixo da estimativa anterior, que variava entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões. Essa revisão impacta diretamente o retorno aos acionistas: com um payout estimado em 45%, o dividend yield da ação pode cair para aproximadamente 9%, tornando o papel menos atrativo para investidores focados em distribuição de lucros.

Apesar do crescimento contínuo na carteira de crédito, os resultados do trimestre foram pressionados por fatores específicos, como o aumento da inadimplência no setor do agronegócio e os efeitos da resolução CMN nº 4.966/21. Esses elementos elevaram o custo de crédito da instituição, afetando negativamente o lucro e o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido).

A gravidade da queda levou o banco a suspender parte de seu guidance — um conjunto de projeções estratégicas —, o que gerou insegurança no mercado e levou analistas a revisarem suas recomendações. A Nord Research destacou que, mesmo após uma sequência impressionante de valorização das ações (mais de 125% nos últimos três anos), uma queda de dois dígitos em um único pregão levanta um alerta para os investidores.

Com isso, casas de análise como Bradesco BBI, Genial Investimentos, BTG Pactual e Goldman Sachs reagiram. As três primeiras rebaixaram a recomendação de BBAS3 de compra para manutenção ou neutra. O Goldman Sachs, por sua vez, manteve sua posição neutra, mas reduziu o preço-alvo da ação de R$ 29 para R$ 25, o que representa um potencial de queda de 2,6% frente ao valor de fechamento da última sexta.

Diante desse cenário, a Nord afirmou sua preferência por outros papéis no setor bancário, apontando que, apesar da solidez do Banco do Brasil, o momento inspira cautela.

 

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