Agro pede que Comissão Europeia investigue varejistas da França por boicote a carne brasileira
Diretor do Carrefour levantou dúvidas sobre a qualidade da carne brasileira em dezembro do ano ado
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou, nesta terça, uma petição junto à Comissão Europeia para que o órgão investigue os varejistas ses que, em novembro do ano ado, deram declarações contra a carne brasileira.
Em novembro do ano ado, o diretor-presidente do Carrefour, Alexandre Bompard, afirmou que a carne produzida no Brasil não respeitaria as normas do país europeu. Após a repercussão negativa e boicote imposto por frigoríficos brasileiros à companhia, o diretor da empresa voltou atrás e pediu desculpas, elogiando a qualidade da carne brasileira.
“Sabemos que a agricultura brasileira fornece carne de alta qualidade, respeito às normas e sabor”, afirmou o presidente do Carrefour em carta enviada ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que havia questionado o posicionamento do grupo.
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Nesta terça, representantes da CNA estiveram em Bruxelas para acertar os últimos detalhes da petição. Integram a comissão, o vice-presidente de Relações Internacionais (RI) da CNA, Gedeão Pereira, a senadora Tereza Cristina, vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), e a diretora de RI, Sueme Mori.
— Nós viemos protocolar esse pedido de investigação sobre as quatro empresas sas que difamaram a carne brasileira — disse a senadora Tereza Cristina (PP-MS). — Quem falar mal da nossa carne vai responder por isso.
No documento, a confederação pede que a Comissão Europeia investigue as consequências das “manifestações infundadas” do Carrefour, Les Mousquetairs, E. Leclerc e Coopérativve U contra a carne do Brasil e de outros países do Mercosul. Os varejistas controlam 75% do mercado na França.
A CNA alega que os anúncios coordenados dos varejistas ses buscaram atacar os produtos do Brasil e do Mercosul, levantando preocupações infundadas sobre a qualidade da carne brasileira.
Segundo a Confederação,as acusações colocam em risco a reputação dos produtos brasileiros e desencorajam outros varejistas e consumidores a adquiri-los.
“Os varejistas declararam explicitamente que boicotariam a carne proveniente dos países do Mercosul, o que representa risco ao o dos fornecedores de carne do Brasil e de outros países do bloco ao mercado da União Europeia”.
A petição também pede ainda o fim de boicotes, retratações de alegações depreciativas contra os produtos do Mercosul e a imposição de uma multa aos grupos de varejo nestes casos.