Bancos se comprometem a enfrentar fraudes no consignado em reunião com o governo
Instituições também discutiram com o governo propostas para ampliar a proteção de dados dos beneficiários e atender recomendações da CGU e do TCU
Em meio a denúncias de fraudes em empréstimos consignados feitos em nome de aposentados e pensionistas, bancos prometeram nesta terça-feira adotar novas medidas para garantir a segurança dessas operações.
O compromisso foi firmado durante reunião com o Ministério da Previdência e o INSS, em Brasília.
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O presidente da Federação Brasileira (Febraban), Isaac Sidney, afirmou que o setor está empenhado em combater irregularidades e assegurar que o crédito só seja contratado com a autorização do titular.
— Não haverá, de nossa parte, qualquer mínima hesitação para que possamos apurar qualquer irregularidade, se porventura existir — declarou a jornalistas após o encontro.
A reunião também contou com representantes da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), do ministro da Previdência, Wolney Queiroz, e do presidente do INSS, Gilberto Waller.
Segundo Sidney, o setor bancário já utiliza autenticação por biometria facial e digital, mas pretende adicionar novas “camadas de segurança” para evitar contratações feitas por terceiros.
— Vamos continuar tomando (ações e medidas) para que a gente possa ter toda a segurança de que não há terceiros que acaba, fraudando ou acabam induzindo a erros aposentados e pensionistas na tomada de um crédito — disse.
Ele citou ainda que mais de 100 correspondentes bancários já foram banidos e 1.500 sanções foram aplicadas como parte da autorregulação do setor.
Os bancos também discutiram com o governo propostas para ampliar a proteção de dados dos beneficiarios e atender recomendações da CGU e do TCU. De acordo com o levantamento apresentado na reunião, houve uma queda de 79% nas reclamações sobre consignado no portal Consumidor.gov desde 2021.
O presidente da Febraban afirmou que o diálogo com o governo será contínuo e que novas conversas com a AGU devem acontecer para aprimorar o modelo atual. Embora o tema do ressarcimento a vítimas de descontos indevidos não tenha sido tratado no encontro, Sidney disse que o setor está à disposição para colaborar.