China afirma que mantém negociações com os EUA, mas reitera críticas a tarifas
A porta-voz do Ministério do Comércio chinês fez apelo, pedindo que "os EUA escutem as vozes da comunidade internacional" e que cancelem "completamente a imposição unilateral de tarifas"
A China e os Estados Unidos têm mantido negociações comerciais em múltiplos níveis desde a trégua alcançada em Genebra, afirmou a porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yongqian, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (29). Contudo, o governo chinês reiterou críticas a tarifas, ao comentar sobre a decisão do Tribunal do Comércio Internacional de ordenar a suspensão das medidas.
"Sempre mantivemos nossa posição de que não há vencedores em guerras comerciais e nenhuma solução para o protecionismo", disse ela, reiterando acusações de que as novas políticas prejudicaram o comércio e a economia global. "Pedimos que os EUA escutem as vozes da comunidade internacional e de partes domésticas, cancelando completamente a imposição unilateral de tarifas."
Leia também
• Estudantes chineses lamentam planos dos EUA de bloquear vistos
• Reino Unido 'condena' novos assentamentos israelenses, 'obstáculo deliberado' para Estado palestino
• Homem filmava mulheres sem consentimento na Espanha para 'cursos de sedução'
A porta-voz do Ministério do Comércio chinês também reiterou pedidos para que os Estados Unidos retirem controles de exportação sobre semicondutores, parem "práticas discriminatórias contra a China" e mantenham o consenso alcançado nas conversas de Genebra.
Questionada sobre as investigações da União Europeia (UE) sobre pneus fornecidos pela China, He comentou que o país está "altamente preocupado" sobre isso e alertou que o protecionismo comercial aumentará barreiras, interrompendo o fluxo de cadeias de oferta e aumentando dificuldades para os consumidores. "Isso não é benéfico para nenhum dos lados", disse. "Pedimos que a UE não tome restrições comerciais drásticas e que resolva diferenças por meio do diálogo."
A porta-voz do ministério chinês afirmou que acompanhará as próximas decisões do bloco europeu e que a China protegerá os interesses legítimos de suas empresas. Sobre as conversas marcadas entre autoridades da UE e da China no próximo mês, He revelou que terá uma "agenda importante", incluindo discussões sobre diferenças comerciais e cooperação "mutuamente benéfica".