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CONCURSO

CNU 2025: com FGV à frente das provas, professores recomendam maior atenção na interpretação

Língua portuguesa também vai demandar cuidado por parte dos candidatos

O novo Concurso Nacional Unificado (CNU) será organizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Trata-se de uma mudança em relação à primeira edição do “Enem dos Concursos”, que ficou a cargo da Fundação Cesgranrio. Para os candidatos, o impacto deve ser sentido na forma de cobrança do conteúdo programático. E a prova pode ficar mais difícil e trabalhosa do que foi em 2024.

— A Cesgranrio tem um perfil mais conteudista, com questões objetivas, diretas e menos interpretativas. Os enunciados costumam ser curtos, com foco em aplicação simples de conteúdo. Já a FGV é conhecida por um estilo mais exigente, textual e interpretativo. Suas questões tendem a ser mais longas, com textos densos e alternativas que exigem atenção aos detalhes — resume a professora Letícia Bastos, do Gran Concursos.

A preparação dos candidatos deve, portanto, considerar essas mudanças. O conselho é resolver questões anteriores da nova banca, para exercitar a leitura crítica dos seus enunciados e a atenção com as respostas. Elas, por vezes, trazem pegadinhas sutis, com diferenças mínimas entre as alternativas.

 

Também será preciso adequar-se a nomenclaturas e entendimentos próprios da FGV em Língua Portuguesa, o que torna a prova da disciplina temida pelos concurseiros.

— Um exemplo prático seria na abordagem de “adjetivo”. A banca não trabalha as classificações gramaticais usuais de qualquer livro teórico a que estamos acostumados. Ela traz perspectivas e linguagens próprias, que, se o candidato não tiver aprendido, não conseguirá responder à questão — diz Gabriela Marques de Paula, do curso Degrau Cultural.

O que não deve mudar é a variedade de cadernos de prova por bloco temático. A medida é considerada um fator de segurança nos concursos públicos. Além disso, assim como a Cesgranrio, a FGV trabalha com cinco opções de resposta a cada questão, sendo apenas uma correta. Acertar confere pontos, e errar faz com que o candidato não some nem seja descontado.

Com o avanço da preparação, acionar o cronômetro ao fazer simulados também é uma boa ideia, diz Erick Alves, professor do Direção Concursos:

— As matérias que devem ser cobradas no CNU, especialmente na parte básica (como Políticas Públicas e Diversidade), facilitam a elaboração de questões com textos longos. Em Direito, a FGV geralmente contextualiza com situações hipotéticas. Logo, é importante que o candidato saiba visualizar as aplicações práticas das normas previstas no edital.

Na nova edição do CNU, os exames objetivos e discursivos serão em datas diferentes. As provas objetivas estão previstas para 5 de outubro. E a discursiva, para os habilitados na 1ª fase, deve ser aplicada em 7 de dezembro.

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