Empresas de gás dizem que não podem cumprir veto de Trump a navios chineses
Indústria de GNL alerta governo Trump sobre impacto das novas tarifas
A indústria de gás natural liquefeito (GNL) alertou o governo de Donald Trump de que não pode cumprir as novas regras que visam forçá-los a usar navios de transporte dos EUA, impondo um tarifaço sobre navios construídos na China que atracam em portos dos EUA.
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Em carta enviada pelo Instituto Americano de Petróleo ao governo, na semana ada, o setor argumenta que as novas tributações vão prejudicar uma indústria que exporta US$ 34 bilhões por ano e é central para a agenda de "domínio energético" de Trump.
O alerta do setor pode ser considerado inevitável, já que atualmente não há navios construídos nos EUA capazes de transportar GNL e nem capacidade excedente nos estaleiros americanos para construir navios até o fim de 2029, segundo os representantes da indústria.
Os EUA ultraaram a Austrália em 2023 e se tornaram o maior exportador mundial, e no ano ado exportaram 11,9 bilhões de pés cúbicos de gás natural liquefeito por dia — o suficiente para atender às necessidades de gás da Alemanha e da França juntas.
A maior parte foi transportada por navios estrangeiros, a maioria da China.
Com as tarifas de Trump, os EUA começarão a cobrar taxas de US$ 50 por tonelada líquida de proprietários e operadores de embarcações da China a partir de 180 dias, aumentando em US$ 30 por tonelada líquida nos três anos seguintes.
Empresas de outras partes do mundo que operam navios construídos na China pagarão um valor menor.
Charlie Riedl, diretor-executivo do Center for LNG, um grupo do setor, disse ao Financial Times que as medidas do governo correm o risco de desestabilizar contratos de longo prazo, aumentar os custos para compradores globais e ameaçar a posição dos Estados Unidos como principal exportador de GNL.
"É por isso que pedimos ao Departamento do Comércio que isente totalmente o transporte de GNL e os transportadores de GNL dessa ação", explicou.