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Tarifas

Governo Lula espera aprovação pelo Senado dos EUA de indicado de Trump para negociar tarifa do aço

Segundo interlocutores, indicado como representante comercial dos EUA ainda espera o aval dos senadores

O governo Lula avalia que uma negociação com os Estados Unidos para proteger o Brasil da sobretaxa de 25% sobre aço e alumínio depende da aprovação, pelo Senado americano, de Jamieson Greer como representante comercial (USTR, sigla em inglês para United States Trade Representative).

Greer e sua equipe são vistos em Brasília como o principal canal para o início de um diálogo com Washington.

Na última segunda-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, cumpriu uma promessa de campanha e anunciou uma tarifa adicional de 25% nas importações de aço e alumínio, a partir do próximo dia 12 de março, provenientes de todos os países.

O Brasil, como um dos maiores fornecedores, será afetado pela medida.

Enquanto discute internamente uma estratégia de negociação, o governo brasileiro monitora a situação por meio da Embaixada do Brasil em Washington.

Segundo um interlocutor, há contato informais com empresários, congressistas e representantes da diplomacia e da área econômica dos EUA.

Paralelamente, empresários brasileiros já estão procurando o setor privado dos EUA.

O objetivo é conseguir o apoio das indústrias americanas, como reforço ao argumento de que o Brasil vende matérias-primas, que ficarão mais caras para as fábricas, alimentando a inflação ao consumidor daquele país.

O ideal, de acordo com um interlocutor do governo brasileiro, seria convencer Trump a repetir o que foi feito em 2018, quando aplicou taxas de 25% para o aço importado e 10% para o alumínio. Sob pressão do setor privado, o Brasil foi contemplado com uma cota que permitia vender aos EUA, em uma quantidade limitada de produtos siderúrgicos, sem a tarifa.

Também está sendo calculado o impacto da medida nas exportações brasileiras. Representantes dos setores afetados estão levantando informações e enviando para Brasília.

Uma preocupação é como o mercado interno vai comportar a partir do momento em que a medida ará a vigorar.

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