Haddad diz que não há razão para temer medidas de Trump
Presidente americano Donald Trump anunciou a imposição de tarifas recíprocas a países que cobram taxas de importação de produtos americanos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira que o governo está fazendo um balanço da imposição de tarifas anunciadas por Donald Trump nos Estados Unidos.
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Para ele, há espaço de negociação com o governo americano, mas defendeu que o princípio da reciprocidade seja respeitado.
— O governo está fazendo um balanço das medidas comerciais para que o princípio da reciprocidade prevaleça — afirmou a jornalistas no Ministério da Fazenda.
O presidente Donald Trump anunciou nesta quinta-feira a imposição de tarifas recíprocas a países que cobram taxas de importação de produtos americanos.
Na semana ada o governo americano já havia anunciado a imposição de tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio pelos EUA.
Ao ser questionado se enxerga espaço para negociação em razão do presidente americano Donald Trump ter deixado o prazo de validade da medida em aberto, Haddad respondeu:
— Possivelmente sim, mas nós temos que aguardar. Por isso que eu digo, a maneira como estão sendo anunciadas as medidas é um pouco confusa ainda. Então temos que aguardar para ter uma ideia do que é concreto, do que é efetivo.
Haddad ainda destacou que a balança comercial entre EUA e Brasil é superavitária para os americanos. Segundo ele, não há razão para temer as medidas.
— Não há muita razão nem para nós temermos, porque nós temos ... não é um parceiro que está importando muito do Brasil e exportando pouco, é o contrário. Então vamos avaliar o conjunto das medidas com cautela.
Enquanto aguarda a concretização dos anúncios de Trump, Haddad diz que o governo brasileiro faz um balanço das relações comerciais entre os dois países que o princípio da reciprocidade seja respeitado.
— A area econômica, sobretudo o Ministério da Indústria, capitaneado pelo vice-presidente, está fazendo um balanço das nossas relações comerciais para que a reciprocidade seja um princípio a ser observado pelos países — disse.
Tarifas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um memorando na tarde desta quinta-feira que encaminha a imposição de tarifas recíprocas a países que cobram taxas de importação de produtos americanos. No entanto, a medida não entrará em vigor imediatamente.
Segundo um funcionário da Casa Branca, essa foi uma decisão intencional para dar tempo às nações de negociarem novos termos comerciais com os EUA.
Com a ordem, técnicos do governo americano terão que propor novas taxas por país, em um esforço para reequilibrar as relações comerciais do país. Os estudos devem ser concluídos até 1º de abril.
Na semana ada o governo americano já havia anunciado a imposição de taxas de importação de 25% sobre o aço e o alumínio que entram no país.
A decisão pode prejudicar a indústria brasileira, uma das principais exportadoras de aço para os EUA.
O Brasil também é um relevante fornecedor de alumínio para o país, mas o maior impacto é no setor siderúrgico.