Imóveis para leilão crescem 228% e atraem interesse do público; saiba como investir nessa modalidade
Os imóveis disponibilizados em leilão podem chegar a 50% abaixo do valor no mercado imobiliário
Os preços dos imóveis ofertados em leilões podem custar até 50% menos que os praticados pelo mercado imobiliário. Dados como esses têm feito com que o interesse voltado a esse tipo de investimento venha crescendo exponencialmente. A quantidade de pessoas, no entanto, que apostam nos leilões de imóveis ainda não é tão grande, levando-se em conta a oferta.
A quantidade de imóveis disponibilizados pela Caixa Econômica Federal (CEF) em leilões cresceu 228%, segundo levantamento da Smart Leilões. Com a venda do Edifício Holiday, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, fechada por R$ 21,4 milhões nesta quinta-feira (20), questionamentos acerca da segurança para adquirir imóveis por meio dos leilões foram apresentados.
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O leiloeiro público Diogo Martins, que atua em Pernambuco e Alagoas, revelou como funciona efetivamente a venda de imóveis por leilões para os interessados nesse tipo de investimento. "Basicamente, há dois principais: o leilão judicial, que ocorre devido a dívidas — como processos de massa falida, recuperação judicial, débitos de condomínio, IPTU ou ações de execução; e o extrajudicial, que envolve bens de prefeituras, empresas privadas e instituições financeiras", detalhou.
Ainda segundo o leiloeiro, no caso dos bancos, os imóveis são leiloados por alienação fiduciária, ou seja, serviam como garantia de um financiamento e, diante do não pagamento, são levados a leilão para quitar a dívida.
Muita gente começa, segundo ele, pelos leilões extrajudiciais por serem menos burocráticos, especialmente os da Caixa, que oferecem muitas opções e descontos. "No entanto, não há uma regra sobre qual tipo é mais vantajoso ou seguro, pois tudo depende do edital e das condições do leilão. Existem leilões judiciais com grandes descontos e processos tranquilos, assim como extrajudiciais com boas oportunidades", acrescentou ele.
Indagado sobre qual tipo de imóvel em leilão vale a pena investir, Martins aconselha ao interessado comparar primeiro o valor de mercado, pesquisando o metro quadrado e imóveis semelhantes na mesma região. "Depois disso, vá além do preço: verifique no edital todos os custos diretos e indiretos, como IPTU, condomínio, ITBI, taxas de registro e comissão do leiloeiro. Se o imóvel estiver com um bom desconto e os custos extras não comprometerem a economia, aí sim pode ser um ótimo negócio", detalhou.
O tempo médio e os custos estimados para desocupação de um imóvel arrematado em leilão é outra dúvida dos iniciantes. "No judicial, pode ser rápido, mas também pode se arrastar devido às burocracias. O extrajudicial tende a ser mais ágil, pois não a pelo Judiciário, mas ainda assim pode haver entraves, como ações em andamento. Em média, o prazo para receber o imóvel gira em torno de seis meses, mas pode ser maior ou menor dependendo das condições da venda", explicou o leiloeiro.
Martins vai mais além e arrisca dar alguns conselhos para quem quer conseguir um bom negócio em leilão de imóveis. "O mais importante ao participar de um leilão é a análise e o estudo detalhado do processo. Caso não tenha conhecimento, vale a pena contratar um especialista para auxiliar nessa avaliação. Leilão é um método seguro, rentável e cada vez mais comum, mas ainda pouco conhecido por muitos", alertou.
O leiloeiro acrescentou que, com a digitalização e os leilões eletrônicos, a modalidade tem crescido no País, impulsionada por bancos e pelo aumento de débitos de condomínio e IPTU, gerando diversas oportunidades tanto em leilões judiciais como extrajudiciais.