Investidores árabes demonstram interesse em projetos logísticos e energéticos em Pernambuco
Comitiva do estado apresenta propostas para Suape e busca atrair capital estrangeiro em missão pelo Oriente Médio
Em missão oficial ao Oriente Médio, a comitiva do Governo de Pernambuco busca atrair investimentos árabes para projetos ligados à infraestrutura, energia e logística.
A delegação, liderada pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, ou por Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, onde realizou reuniões com empresas e fundos de investimento interessados em oportunidades no Brasil, especialmente no Nordeste.
“No Qatar, há interesse muito grande em ampliar o fluxo de comércio de derivados de petróleo com prioridade para o gás natural. Na Arábia Saudita, o foco estratégico é em segurança alimentar e interesse na nossa produção de proteína animal, fruticultura e na logística de e ao escoamento de grãos. Já em Abu Dhabi e em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, as conversas estão mais focadas em oportunidades de investimento em infraestrutura", afirmou Cavalcanti.
Além de Cavalcanti, participaram da agenda internacional o presidente do Porto de Suape, Armando Bisneto, e o secretário-executivo de Energia da Sdec, Guilherme Sá. Entre os projetos apresentados, estão dois novos terminais no Porto de Suape: um voltado a combustíveis do futuro e outro ao escoamento de grãos.
“Estamos preparando Suape para ser um ator importante nos combustíveis do futuro. Apresentamos os investimentos em pesquisa e desenvolvimento a partir do TecHub de Transição Energética, em parceria com o Senai; os terminais de GLP e GNL que já estão em implantação e os novos investimentos em e-metanol”, detalhou Cavalcanti.
O terminal de grãos mira o escoamento da produção agrícola vinda do Centro-Oeste e de novas fronteiras agrícolas.
“Apresentamos aqui a alternativa estratégica que Pernambuco tem oferecido ao Brasil: escoar grãos pelo Porto de Suape vindo da região Centro-Oeste e das novas fronteiras agrícolas do país já é uma conta viável via rodovias e se tornará ainda mais atrativa a partir de um ramal da Transnordestina que conecte Suape à ferrovia Norte-Sul.”
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Infraestrutura
O pacote de propostas inclui a integração logística por meio de uma plataforma multimodal.
“Apresentamos os terminais numa lógica de plataforma multimodal integrada que podem compor investimentos conjuntos que incluam rodovias como o Arco Metropolitano e a rodovia BR-232, além do ramal da Transnordestina. O apetite dos investidores árabes contempla esse tipo de empreendimento logístico integrado”, afirmou Cavalcanti.
Durante agem por Riade, a comitiva se reuniu com o grupo Abdul Latif Jameel, conglomerado com atuação em mais de 30 países nas áreas de logística, energia renovável e serviços ambientais. Também houve encontro com representantes da corporação Salic, voltada à segurança alimentar.
“A ideia coincide com o nosso projeto de viabilizar um hub de grãos no porto. Tenho certeza de que vamos evoluir para conversas futuras”, disse o diretor-presidente de Suape, Armando Monteiro Bisneto.
Em Abu Dhabi, a delegação também esteve com o presidente do Lide Emirates, Rodrigo Paiva, que identificou sinergias com interesses de investidores locais.
“Apresentamos o potencial do Porto de Suape, com a identificação, por parte de Rodrigo Paiva, de muitos pontos de sinergia com os interesses dos Emirados Árabes Unidos, notadamente nas áreas de infraestrutura, movimentação de grãos e logística”, afirmou Monteiro.
Segundo ele, também houve reuniões com representantes dos fundos Mubadala, ADQ e Abu Dhabi Ports.
Parcerias
Embora ainda em fase inicial, as conversas com os países do Golfo indicam a abertura de novas frentes para o estado.
“Todos os atores com quem tratamos aqui estão olhando a possibilidade de investir no Brasil em função das mudanças geopolíticas que nós estamos vendo. Há interesse crescente por investimentos árabes no nosso país e vontade de conhecer as opções no Nordeste, especificamente”, disse Cavalcanti.
Ele destacou ainda que, além das ações conjuntas dentro do Consórcio Nordeste, Pernambuco tem mantido articulações bilaterais.
“As conversas bilaterais individualizadas por estados têm tido foco em infraestrutura hídrica e transporte de ageiros. São os ainda iniciais, mas confiamos muito que estamos construindo hoje uma ponte importante para o que vai vir pela frente.”