Logo Folha de Pernambuco
META

Mark Zuckerberg: "Chegamos a um ponto em que a inteligência artificial é mais eficaz que a humana"

CEO da Meta discursou no primeiro dia da conferência anual da Stripe, empresa que fornece infraestrutura tecnológica para pagamentos digitais

Mark Zuckerberg foi a estrela do primeiro dia da conferência anual da Stripe, empresa que fornece infraestrutura tecnológica para pagamentos digitais. Em um mundo marcado pela ascensão da inteligência artificial, das criptomoedas e da digitalização da economia, o CEO da Meta compartilhou alguns de seus pensamentos com o público.

Um dos principais focos de seu discurso foi a inteligência artificial. A Meta já demonstrou esforços para integrar a tecnologia em seus produtos: a chegada do Meta AI, o assistente de conversa presente em aplicativos como o WhatsApp, e o lançamento do Llama 4, seu novo modelo de linguagem de código aberto, são alguns exemplos.

— A esta altura, muitas pessoas já sabem que a inteligência artificial vai mudar tudo. A principal pergunta é quando: se isso vai acontecer em cinco ou dez anos — refletiu Zuckerberg, continuando — Tenho a sensação de que, à medida que trabalhamos mais nisso, tudo parece acontecer antes do que imaginamos.

Nesse sentido, o executivo destacou que todas as equipes da sua empresa – e da indústria em geral – estão estabelecendo diferentes metas (muitas delas ambiciosas), que conseguem alcançar e até superar, o que demonstra a velocidade acelerada com que essa revolução tecnológica está se desenvolvendo. — Está tudo acontecendo muito rápido — afirmou.

Mudanças na Meta
Uma das mudanças mais significativas que a Meta está promovendo com o uso da IA acontece no campo da publicidade. A plataforma já não exige mais que as empresas criem suas próprias campanhas ou definam seus públicos-alvo: agora, a IA é responsável por criar, testar e otimizar os anúncios para atingir os objetivos das empresas.

— O objetivo é que qualquer negócio possa nos dizer o que quer alcançar, quanto está disposto a pagar, e nós cuidamos do resto — resumiu Zuckerberg.

Paralelamente, o líder tecnológico destacou que uma das tendências do futuro serão os agentes de inteligência artificial: sistemas capazes de operar de forma autônoma a partir do raciocínio.

— Assim como hoje toda empresa tem um e-mail ou presença nas redes sociais, no futuro toda companhia terá um agente de inteligência artificial presente nas diferentes plataformas de mensagens dedicadas a vendas ou e ao cliente — afirmou.

Essa transformação mudará a forma como os clientes se relacionam com as empresas. A nova tecnologia é capaz de oferecer respostas personalizadas aos usuários e, segundo Zuckerberg, isso fará com que mais pessoas queiram entrar em contato com as companhias.

— Chegamos a um ponto em que a inteligência artificial é muito mais eficaz que o ser humano para certas tarefas — disse.

Relacionado a isso, Zuckerberg explicou que a inteligência artificial hoje representa uma oportunidade para que as pessoas possam se concentrar mais na essência do que querem fazer, em vez de lidar com tarefas que podem ser automatizadas.

— A inteligência artificial consegue realizar esse tipo de tarefa melhor do que qualquer ser humano médio — afirmou.

Como consequência, segundo o CEO, as empresas poderão decolar com mais facilidade, formar equipes focadas diretamente nos objetivos essenciais e reduzir a quantidade de pessoas envolvidas em tarefas secundárias.

Zuckerberg foi enfático ao dizer que a IA não deve ser vista como uma ferramenta para substituir empregos, mas sim como uma forma de tornar viáveis tarefas que antes eram economicamente inviáveis. Ele deu como exemplo os serviços de atendimento ao cliente: oferecer e por voz a bilhões de usuários seria inviável com pessoas, mas se a IA puder resolver 90% das solicitações, isso se torna possível.

— Talvez agora faça sentido contratar pessoas para responder os 10% restantes que a IA não consegue resolver — explicou.

Tempo de oportunidades
Para o líder da Meta, estamos vivendo um momento extraordinário, que o enche de entusiasmo.

— São tempos empolgantes. Para mim, estamos diante do momento mais incrível. Todo mundo precisa repensar seus produtos, seu trabalho — declarou.

— Haverá grandes oportunidades, e isso é o que mais me anima — disse ao público.

No entanto, também destacou que a Meta enfrenta desafios em relação à inovação, já que seus produtos são distribuídos por meio de plataformas que pertencem a concorrentes, que tendem a favorecer suas próprias soluções — como a Apple com o iMessage.

— Se lançarmos um produto computacional, o empate sempre vai favorecer empresas mais consolidadas nesse campo, como Microsoft, Apple ou Google — explicou.

Por isso, para se manter na dianteira, Zuckerberg acredita que precisa investir com antecedência para se posicionar antes das próximas grandes tendências.

Por fim, ele deixou um conselho para todos os empreendedores presentes no evento. Zuckerberg comparou a época em que criou o Facebook com o momento atual e destacou que, com as novas tecnologias, os empreendedores de hoje têm muito mais oportunidades do que ele teve naquela época. Só precisam saber aproveitá-las.

Newsletter