Brasil na rota estratégica da expansão chinesa na América Latina
Ao longo da história, a China foi a maior economia global até o século XIX, perdendo espaço com a industrialização do Ocidente. Agora busca de novo o protagonismo
A visita do presidente Lula à China marcou mais do que uma agenda diplomática. Consolidou uma nova etapa da presença econômica chinesa no Brasil e na América Latina, com foco em energia limpa, mobilidade elétrica, digitalização e infraestrutura. O pacote de R$ 27 bilhões anunciado em Pequim fortalece a parceria estratégica entre os dois países e alinha os investimentos à agenda do Novo PAC e da Nova Indústria Brasil.
Entre os principais compromissos firmados, destacam-se os aportes de US$ 1 bilhão para a produção de combustível sustentável de aviação (SAF), a criação de centros de pesquisa em energias renováveis e inteligência artificial, além da ampliação da conectividade via satélite em áreas remotas, por meio da parceria entre Telebras e a empresa chinesa Spacesail. Também avançam os estudos sobre o Corredor Ferroviário Leste-Oeste, que deve encurtar em até 10 mil quilômetros a distância comercial entre o Brasil e a Ásia.
Durante a visita presidencial à China, foi anunciada ainda a criação de um Centro Virtual de Pesquisa e Desenvolvimento em Inteligência Artificial, fruto da parceria entre a estatal brasileira Dataprev e a gigante chinesa Huawei. O foco será o desenvolvimento de soluções práticas nas áreas de agricultura, saúde, segurança pública e mobilidade urbana, integrando a agenda de transformação digital do país.
A China não mira só no Brasil. O país asiático vem aprofundando sua estratégia de expansão no continente. Exemplo disso é o megaprojeto do Porto de Chancay, no Peru, avaliado em US$ 3,5 bilhões, que deverá transformar a costa pacífica num hub logístico regional. A adesão crescente de países latino-americanos à Iniciativa do Cinturão e Rota, inspirado na antiga rota da Seda, incluindo a recente entrada da Colômbia, revela o movimento de redesenho das rotas comerciais globais puxado pelos chineses.
Segundo Hamish McRae, autor do livro O Mundo em 2050, a China deve reassumir a liderança da economia global nas próximas décadas. Ao longo da história, a China foi a maior economia global até o século XIX, perdendo espaço com a industrialização do Ocidente. O crescimento recente da China é atribuído pelo autor à habilidade de copiar e adaptar modelos ocidentais: industrialização acelerada, abertura gradual ao capital estrangeiro e estímulo à urbanização, tudo sob controle estatal.
Ainda segundo McRae, o Brasil deve ocupar a 7ª posição entre as maiores economias do planeta em 2050, atrás de China, EUA, Índia, Japão, Alemanha e Indonésia. Mas essa ascensão depende de avanços internos em produtividade, educação e infraestrutura — pontos ainda frágeis no modelo brasileiro.
Pedra de alto padrão
A paraibana NUE Superfícies, com filial no Recife, promoveu evento para apresentar o Dekton — pedra industrializada de alta resistência e design . Representante exclusiva da italiana Cosentino no Brasil, a empresa reuniu arquitetos e engenheiros sob liderança da diretora de marketing, Juliana Guerra.
Semana S no Recife
O presidente da Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto, comanda no dia 16 a Semana S, com palestras de Walter Longo e Fábio Oliveira e show de Geraldo Azevedo. O evento ocorre no Recife Expo Center e celebra o impacto do Sistema Comércio no país.
Tecnologia pública
O presidente da ATI, Allan Araújo, está representando Pernambuco na 146ª reunião do Fórum de Diretores Técnicos da Abep-Tic, que acontece em Natal até hoje. O encontro reúne gestores de tecnologia de informação pública de todo o país para alinhar estratégias e trocar experiências.
Reforma em debate
O ex-secretário Décio Padilha participa, dia 19, do projeto Pernambuco em Perspectiva. O debate vai tratar da reforma tributária e da crise fiscal, com entrada gratuita no auditório da Torre 5 do Empresarial RioMar. A promoção é da pela Revista Algomais e pela Rede Gestão. A partir das 19h.
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