Quatro estados do Nordeste concentram mais de 70% do PIB
Nas últimas décadas, a participação relativa da região no total da população do país tem apresentado leve retração
Com uma população estimada em 57,1 milhões de pessoas em 2024, o Nordeste representa 26,9% da população brasileira, segundo dados do Info Nordeste 2025, elaborado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). Embora esse número signifique um crescimento absoluto, a participação relativa da região no total da população do país tem apresentado leve retração nas últimas décadas: era de 28,1% em 2000, caiu para 27,8% em 2010, até atingir o atual patamar. Essa redução pode estar associada ao crescimento mais acelerado das regiões Sudeste e Centro-Oeste, aliado à queda da taxa de natalidade e à migração interestadual.
Em contraste, a atividade econômica nordestina tem apresentado ganho de espaço dentro da estrutura nacional. O Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste alcançou R$ 1,388 trilhão em 2022, o que corresponde a 13,8% do PIB do Brasil. Historicamente, esse percentual teve queda durante os anos 1990 — de 14,1% em 1985 para 12,0% em 1995 —, mas desde o início dos anos 2000 mostra recuperação gradual: 13,1% em 2002, 13,5% em 2010, até chegar ao maior nível em quase três décadas. Esse avanço é atribuído à ampliação das atividades do setor de serviços, à valorização da agropecuária nas áreas do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e a investimentos como energia e conectividade digital, por exemplo.
A análise por estado mostra que a Bahia lidera a economia regional, com 29,0% de participação no PIB do Nordeste, seguida de Pernambuco (17,7%), Ceará (15,4%) e Maranhão (10,1%). Os demais estados apresentam participações menores: Rio Grande do Norte (6,8%), Paraíba (6,2%), Alagoas (5,5%), Piauí (5,2%) e Sergipe (4,1%). Esse dado revela uma alta concentração da atividade econômica em quatro estados, que juntos respondem por mais de 70% do PIB nordestino.
Na indústria de transformação, o panorama regional é igualmente concentrado, mas com diferenciações produtivas por estado. A Bahia, por exemplo, se destaca na fabricação de produtos químicos (16,6%), alimentícios (17,7%) e derivados de petróleo (12,7%). Pernambuco é referência em veículos automotores (28,0%) e produtos químicos (15,8%). Já o Piauí lidera na fabricação de bebidas (47,6%), enquanto o Maranhão tem forte presença nos setores de papel e celulose (25,7%) e bebidas (22,7%). A Paraíba diversifica com artefatos de couro (19,7%), minerais não metálicos (16,1%) e alimentos. Estados como Alagoas, Sergipe e Ceará também têm forte base na produção alimentícia e química.
Essa configuração confirma que, embora o Nordeste enfrente desafios estruturais históricos, tem melhorado sua performance econômica relativa nos últimos anos, com ganhos em produtividade e diversidade setorial. A região cresce economicamente a um ritmo superior ao demográfico, movimento que aponta para uma reconfiguração positiva do papel do Nordeste na economia brasileira.
Leilão de baterias
O primeiro leilão para contratação de bateria para o sistema elétrico brasileiro deve ocorrer em outubro. A medida é vista como solução para os cortes de geração por sistemas eólicos e solares. Para Adalberto Arruda, advogado associado na Nelson Wilians Advogados, o leilão de baterias sinaliza a “maturidade do Brasil na transição energética ao transformar intermitência em estabilidade e desperdício em eficiência”.
Robótica
Nos dias 8 e 9 de maio, o município de Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, será sede da terceira edição da BJ Bots Cup, evento de robótica promovido pelo Instituto Conceição Moura. A competição reunirá estudantes e entusiastas da área para uma programação que combina disputas técnicas, experiências interativas e estímulo à criatividade.
Aniversário
A montadora Stellantis adiou para o dia 22 de maio a celebração dos 10 anos da sua unidade em Pernambuco.
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