Saques na poupança abrem crise silenciosa no financiamento de imóveis
Nos últimos quatro anos, a caderneta de poupança apresentou saídas líquidas consecutivas de quase R$ 242 bilhões
A crise silenciosa no financiamento habitacional começa a ocupar lugar no centro do debate econômico. Com a retração nos depósitos da caderneta de poupança — principal fonte de funding do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) —, o setor imobiliário enfrenta um desafio estrutural.
Na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, na última segunda-feira, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, foi enfático ao afirmar que a queda nos depósitos da poupança é estrutural, e não conjuntural. A percepção indica que não se trata de um fenômeno ageiro, mas sim de uma mudança permanente no comportamento dos poupadores, que migram para ativos mais rentáveis diante da baixa atratividade da caderneta, especialmente em um cenário de juros elevados.
Nos últimos quatro anos, a caderneta de poupança no Brasil apresentou saídas líquidas consecutivas, totalizando um resgate acumulado de aproximadamente R$ 242 bilhões.
Ontem, quarta-feira (23), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, itiu: “Estamos devendo uma solução de crédito secundário para o mercado imobiliário no Brasil”.
O mercado secundário, apontado por Haddad, seria uma saída para a crise, já que permite que os bancos e instituições financeiras vendam os contratos de financiamento habitacional que já concederam. Esses contratos são transformados em títulos financeiros, como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) ou as Letras Imobiliárias Garantidas (LIG), e negociados no mercado de capitais.
Em outras palavras, os bancos “empacotam” os financiamentos que já concederam, transformam em papéis (títulos) e vendem para investidores. Com isso, recuperam o dinheiro que emprestaram e podem emprestar novamente para novos mutuários, sem depender apenas da poupança para financiar novos créditos
No Brasil, esse segmento é incipiente, ao contrário do que ocorre em países como os Estados Unidos, onde securitizações lastreadas em hipotecas sustentam parte relevante da dinâmica habitacional.
O próprio governo tem buscado alternativas. Uma delas é o crédito consignado privado, lançado recentemente com a proposta de ampliar garantias e reduzir spreads.
A transição para um novo modelo de funding será gradual, mas é inevitável. A modernização a por criar um ambiente de maior segurança jurídica, estímulo à emissão de instrumentos como LIGs e CRIs, e fortalecimento do mercado de capitais. O desafio é garantir que a transformação ocorra sem gerar desequilíbrios no o à moradia, sobretudo nas faixas de menor renda. Afinal, sem crédito, o déficit habitacional tende a se agravar — e, com ele, as desigualdades.
Voe
A companhia aérea Voe protocolou pedido de recuperação judicial na última segunda-feira, 22 de abril, após a suspensão de suas atividades pela ANAC.
Minerais críticos
O Brasil terá ainda este ano uma política nacional para minerais estratégicos à transição energética, como lítio, nióbio e terras raras. O anúncio foi feito pelo ministro Alexandre Silveira durante o Summit Valor Econômico Brazil-China 2025, em Xangai. Com isso quer atrair investimentos e fortalecer a relação com a China, principal compradora do minério brasileiro.
Gestão de imóvel de temporada
A construtora Rio Ave firmou parceria com a Carpediem Homes, empresa especializada em gestão de aluguéis de temporada. Além de oferecer a gestão do imóvel, uma equipe própria de arquitetos da Carpediem desenvolve o serviço de ambientação, inclusive com mobiliário, agilizando o giro dos negócios para o investidor.
ABRH-PE
A Associação Brasileira de Recursos Humanos de PE (ABRH-PE) promove nesta quinta (24), das 8h às 12h30, o Fórum Felicidade, Saúde & Bem-Estar. O encontro acontece no auditório do Empresarial Moura Dubeux, no Pina.
Leia também no Movimento Econômico:
Presidente do BC diz que juro alto é “arma” contra guerra de tarifas
Brasil avança rumo à liderança global em tokenização, aponta estudo