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BRASIL

Redução de geração de Belo Monte após decisão do Ibama pode custar até R$ 2,4 bi, diz Aneel

Segundo presidente da agência menor geração na usina gera preocupação para sistema elétrico

A decisão do Ibama que determinou uma redução da geração da usina Belo Monte pode ter um custo entre R$ 1,2 bilhão e R$ 2,4 bilhões para os consumidores de energia elétrica de todo o país, afirmou o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica ( Aneel), Sandoval Feitosa, nesta terça-feira.

Em reunião ordinária da Aneel, Feitosa estimou que a decisão do órgão ambiental vai levar a uma perda de 2.400 MWm (megawatts médios) para o sistema elétrico durante seus picos de consumo, quando demanda mais energia, como no fim da tarde e início da noite.

O diretor-geral da agência manifestou preocupação com a segurança do sistema elétrico.

— Registro nosso máximo respeito ao Ibama, seus técnicos e dirigentes. No entanto, não posso deixar de registrar minha preocupação quanto aos impactos dessa decisão, e muito respeitosamente, à forma como ela foi tomada, a partir de ofício encaminhado à concessionária — afirmou.

Com menos energia produzida pela hidrelétrica, o sistema elétrico terá que acionar usinas termelétricas para suprir a demanda da população. O uso destes geradores é mais caro, e acarreta em maiores custos na conta de luz dos consumidores.

Entenda
O volume de água liberado para abastecer o curso natural do Xingu é determinado pelo Ibama por meio de um documento chamado hidrograma.

A parte que não segue para o rio é desviada para o reservatório de onde sai a água que move as turbinas da maior hidrelétrica instalada totalmente em território nacional.

Quanto mais água é liberada para o rio, menos sobra para gerar energia. O Ibama, procurado, não se manifestou.

No caso específico de Belo Monte, as regras da concessão preveem que haveria revisão após a usina entrar em operação. É a discussão sobre a revisão desses termos que ocorre agora. Neste momento, por conta da seca histórica na região, a geração de Belo Monte é praticamente zero. Mas no início do ano, durante o período úmido, a vazão é determinante para definir a capacidade de geração nos meses seguintes.

Belo Monte tem capacidade de gerar 11,2 mil megawatts de energia (suficiente para atender a 25% da população do país), mas só consegue fazer isso durante metade do ano, por conta do regime de chuvas da região e da capacidade do seu reservatório. O megaempreendimento custou R$ 46,7 bilhões.

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