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Fiepe na logística: federação abre fórum de discussão sobre obras prioritárias

Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco criou Fórum Permanente para discutir desenvolvimento da infraestrutura e da logística

A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) é uma aliada no desenvolvimento da infraestrutura e da logística pernambucana, dialogando com o Governo do Estado, as prefeituras e as entidades empresariais. A Federação cria o Fórum Permanente de Discussão de Infraestrutura com reuniões trimestrais para acompanhar as obras prioritárias no Estado. 

O objetivo do Fórum é discutir de forma técnica e com dados as obras, além de mostrar aos pernambucanos a importância de cada construção e os empregos que podem ser gerados a partir das iniciativas. Na primeira reunião, o tema abordado foi o trecho pernambucano da Ferrovia Transnordestina, importante instrumento para a mobilidade do Estado. 

Transnordestina é uma das obras essenciais para PernambucoTransnordestina é uma das obras essenciais para Pernambuco | Foto: Fábio Ferreira (MT)



“A Federação, entendendo que precisa ter esse papel de protagonista na união de ações como uma entidade que é apartidária, queremos unir o Estado todo não só na classe empresarial, mas também na classe política e fazer uma discussão e um acompanhamento das obras que sejam prioritárias para Pernambuco. Queremos não só buscar os recursos necessários para a obra, mas também acompanhar o a o e cobrar de todas as pessoas envolvidas no processo”, revela o presidente da Fiepe, Bruno Veloso. 

Condições

De acordo com Veloso, existem premissas básicas para uma empresa se instalar em determinada região, como a mobilidade, e o o à água. 

“A empresa necessita que tenhamos uma mobilidade para que a matéria-prima chegue até ela e que possa também escoar a sua produção, o que é fundamental. E para todas as implantações nós precisamos de água. A água é necessária não só para a população, mas também para a indústria”, afirma o presidente. 

Um ambiente com energia adequada e conexão à internet também é indispensável para a instalação de uma empresa, segundo Bruno Veloso. 
 

“Nós precisamos ter uma energia adequada, porque às vezes você pode ter em determinada região energia, porém não consegue implantar uma indústria porque necessita de um consumo muito mais alto e para isso são necessários investimentos para que chegue uma tensão mais alta. E, por último, nós precisamos ter uma conexão muito boa com todos, então a internet é algo fundamental para ser implantado”, diz. 

 

Obras

O presidente da Fiepe também citou algumas obras prioritárias para o desenvolvimento do Estado, como o Arco Metropolitano, a Ferrovia Transnordestina, e a duplicação da BR-232. 

Com relação ao Arco Metropolitano, o trecho Sul já teve a sua obra licitada no final de 2024. Com recursos estaduais no valor de cerca de R$ 744 milhões, as obras devem ser iniciadas entre março e abril de 2025. Este é o segmento dois do Arco, com uma extensão de 25,3 km que fica entre o município de Moreno e a BR-101 Sul, no Cabo de Santo Agostinho. 
 

“É uma obra fundamental. O Arco Metropolitano tem travado os investimentos na nossa Região Metropolitana, haja vista que a cidade de João Pessoa tem sido destacada no Nordeste a partir do seu crescimento. As pessoas estão indo para João Pessoa, porque os investimentos não estão vindo para a nossa Região Metropolitana. Estão buscando outras regiões metropolitanas onde a mobilidade está viabilizando os investimentos. Precisamos realmente do Arco Metropolitano. Ele já ou muito do momento. Hoje já é mais do que urgente essa obra ser iniciada”, enfatiza Bruno Veloso. 


 

Duplicação da BR-232 é estratégica para o setor logísticoDuplicação da BR-232 é estratégica para o setor logístico | Foto: Alexandre Aroeira/Arquivo Folha de Pernambuco

Transnordestina

A conclusão do trecho Salgueiro-Suape da Ferrovia Transnordestina também é uma obra importante que ajudará na logística e na mobilidade do Estado. Segundo Veloso, o trecho já tem aproximadamente 170 km construídos, porém ainda falta a implementação de cerca de 370 km.
 

“A Estratégica Engenharia, responsável pelos projetos, dividiu em alguns lotes o trecho que vai de Custódia até Suape e no final de janeiro foi entregue o projeto. Nós teremos um segundo trecho que o projeto será entregue no final de março, um terceiro trecho que será no final de julho e o último trecho que é a entrada até Suape até o final de setembro de 2025. A Fiepe tem acompanhado esse projeto e tem conversado com todo mundo para que essa obra não deixe de acontecer”, ressalta. 
 

A Fiepe está em constante diálogo com todos os poderes, incluindo o Governo Federal, com reuniões com o ministro dos Transportes, Renan Filho. 

“Falamos sobre a expectativa de conseguirmos mais recursos para essa obra, porque essa obra já tem previsto um valor de R$ 450 milhões, mas nós sabemos que para se completar o trecho que falta vai ser necessário, aproximadamente, R$ 5 bilhões”, declara. 
Bruno Veloso destacou que é necessário estar acompanhando o o a o da obra, inclusive no Fórum Permanente de Discussão de Infraestrutura da Fiepe. A ferrovia foi a primeira obra abordada na reunião. 
 

“A velocidade desse trem no trecho pernambucano é diretamente proporcional à nossa mobilização. Quanto mais nós pudermos nos mobilizar politicamente para que os recursos federais venham, podemos estar fazendo cada vez mais trechos, porque, por enquanto, nós temos menos de 10% de recursos”, acrescenta. 

 

BR-232

Outra obra fundamental para o Estado é a duplicação da BR-232, com a licitação do projeto já em andamento. A estrada, até chegar em Caruaru, foi um marco de desenvolvimento industrial, segundo Veloso. 
 

“Muitas empresas se instalaram ao longo dessa duplicação porque o item mobilidade foi atendido. Na hora que nós criamos essa condição, começamos a interiorizar a indústria. Nós temos em Vitória um exemplo muito forte. A indústria brasileira representa 24% do PIB e a indústria de Vitória representa 25% do PIB do município. Isso já demonstra que Vitória é mais industrializada que a média do Brasil, graças a uma duplicação da BR-232 que viabilizou a implantação de indústria na região”, explica. 



As discussões acerca dos investimentos nas grandes obras do Estado, incluindo a BR-232, tem como objetivo criar um ambiente de negócios favorável para a instalação das empresas. 

“Na hora que nós levarmos a duplicação da BR-232 até Serra Talhada, que é o que está previsto, nós não podemos nem prever a quantidade de investimentos que ocorrerão ao longo de toda essa estrada”, complementa. 

A Fiepe tem atuado com vários órgãos como o Governo do Estado, as prefeituras e as entidades empresariais, sempre buscando o desenvolvimento do Estado. 

“É dessa forma com que nós temos buscado essa melhoria, através do diálogo e não só isso, mas também nós procuramos elevar os dados estatísticos e econômicos, para que fiquem muito bem consolidadas as ações voltadas principalmente para a infraestrutura”, finaliza. 

Senai

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), entidade englobada pela Fiepe, também desempenha um papel central na formação de profissionais para o setor logístico, oferecendo cursos que alinham teoria e prática para atender às necessidades do mercado. O setor possui investimentos em tecnologia por meio da adesão de softwares aplicados à logística, como o Sistema de Gerenciamento de Armazém (WMS) e o Sistema de Gerenciamento de Transportes (TMS). 

Com unidades espalhadas por todo o país, o Senai contribui para a formação de mão de obra qualificada em regiões menos favorecidas, promovendo o desenvolvimento socioeconômico local, investindo em laboratórios específicos para as demandas logísticas, como armazenagem e movimentação de materiais.

"O mercado logístico em Pernambuco tem apresentado crescimento significativo, consolidando o Estado como o principal polo do Nordeste brasileiro. As cidades de Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes desempenham um papel central nesse desenvolvimento, concentrando aproximadamente 80% do inventário logístico da região. Entre o terceiro trimestre de 2023 e o mesmo período de 2024, Pernambuco registrou um aumento de 17% na área locável de condomínios industriais e logísticos, superando a média nacional de 10,5%. Esse crescimento é impulsionado pela expansão do comércio eletrônico e pela necessidade de otimização das cadeias de distribuição", afirmou a docente em Logística do Senai Cabo, Taciane Pádua. 

"O setor logístico, tanto em nível regional quanto nacional, oferece uma ampla gama de oportunidades de emprego devido ao crescimento do comércio eletrônico, da integração tecnológica e da globalização das cadeias de suprimentos. As principais oportunidades de trabalho variam entre funções operacionais, estratégicas e tecnológicas, que exigem diferentes níveis de qualificação. São exemplos: auxiliar de logística, motorista de transporte, operador de empilhadeira, almoxarife, analista de logística, supervisor e coordenador de logística, gerente de supply chain, técnico em logística, consultor de logística sustentável, entre outros", completou.

Em nível nacional, o Brasil se consolidou como líder no mercado logístico da América Latina, conforme aponta uma pesquisa recente realizada pelo Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS). A projeção para o setor é movimentar mais de 784 bilhões de dólares nos próximos três anos, segundo a Allied Market Research. Esse cenário atrai investimentos de grandes empresas globais, como a DHL Supply Chain, que planeja investir 500 milhões de euros na região até 2028, com foco no País e no México.


 

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