Shineray do Brasil tem como meta a expansão
Vivenciando um processo de crescimento, empresa vê na logística uma oportunidade de redução de custos dos produtos
Responsável por 5% do mercado nacional de emplacamento de motocicletas, a Shineray do Brasil chega ao ano de 2025 com o objetivo de ampliar a sua capacidade de produção e volume de vendas em todo o País.
Após registrar um crescimento expressivo no último ano, a empresa anunciou, ainda em 2024, o início de um processo de expansão. Para tal, a Shineray realizará um investimento de R$ 75 milhões para aumentar a capacidade de produção da fábrica localizada no Complexo Industrial de Suape, em Pernambuco.
A ampliação, que será realizada tanto na área de pátio quanto na área da fábrica, deverá aumentar em cerca de 50% o total de área já instalada da empresa em Suape.
EXPANSÃO
Segundo o diretor da Shineray Motos no Brasil, Paulo Perez, o processo de expansão foi pensado com base na projeção de crescimento da empresa para 2025. Após registrar a venda de 48 mil unidades no ano de 2023, a Shineray fechou o último ano com um resultado significativamente maior: 120 mil unidades vendidas.
“Registramos um crescimento bastante significativo no ano de 2024 e projetamos um crescimento significativo também para o ano de 2025. Entendemos que precisamos desse aumento [na capacidade de produção] com base nas projeções dos próximos anos”, afirma Perez.

Para o diretor, o crescimento pode ser explicado pelo avanço do mercado. “O mercado cresceu bastante. Tivemos um crescimento significativo em todas as marcas. As pessoas vêm procurando os transportes alternativos, e a motocicleta é um sistema de transporte que realmente ajuda muito”, observa o diretor.
Com a expansão, a empresa pretende atingir sua meta de aumento na participação do mercado nacional. “A Shineray hoje responde por 5% do mercado nacional de emplacamento de motocicleta. Nosso objetivo é chegarmos aos dois dígitos no próximo ano, então precisamos nos preparar antecipadamente”, detalha.
DOBRAR
Ao encerrar a ampliação, a Shineray irá chegar perto de dobrar a capacidade de produção. Para viabilizar esse aumento, a empresa sairá de uma área coberta de 50 mil m2 para 75 mil m2 cobertos.
Com o objetivo de garantir o fornecimento de energia necessário para a operação da fábrica, a empresa anunciou que realizará a instalação de painéis solares na área coberta, garantindo assim autossuficiência na questão energética.
“Hoje já consumimos energia verde por meio do Mercado Livre de energia. Mas, com a ampliação, aremos a ter autossuficiência na geração”, comenta o diretor.
PORTFÓLIO
Com as mudanças já em andamento, a Shineray do Brasil projeta uma ampliação do portfólio e das entregas que poderão ser realizadas durante os próximos anos.
“Ao final do processo de ampliação da fábrica teremos um aumento da capacidade de produção, chegando a 400 mil unidades por ano. Hoje temos uma capacidade instalada de mais ou menos 250 mil unidades, incluindo os modelos elétricos que têm uma participação bastante significativa no portfólio da empresa”, observa Perez.
A expansão também deverá auxiliar a empresa no processo de produção de novos modelos previstos para serem lançados nos próximos anos. Segundo o diretor, um dos investimentos será em modelos flex que possibilitam ao condutor escolher qual combustível usar.
“Nos últimos anos, os modelos elétricos começaram a ter uma procura mais intensificada, mas o modelo a combustão ainda é o mais procurado. A partir de 2026 queremos ter a produção dos modelos flex”, explica.
LOGÍSTICA
Para garantir o funcionamento da cadeia em expansão, a Shineray do Brasil conta com um sistema de logística capaz de realizar a entrega do produto para o consumidor com a maior brevidade possível.
“Nossa montagem é toda feita em Pernambuco. O fornecimento de peças é realizado 100% em Suape onde montamos e, de lá, distribuímos as motos para todo o Brasil”, detalha Perez.
Para facilitar o processo de distribuição e chegada do produto até o consumidor final, a empresa conta com parceiros comerciais que promovem a distribuição dos produtos da Shineray por todo o Brasil.
Atualmente, oito estados se destacam como os que mais consomem os produtos da marca. Além de Pernambuco, a listagem também é composta pelos seguintes estados: Pará, Alagoas, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe e Bahia.
“Contamos com algumas parcerias para facilitar essas entregas terceirizadas. Buscamos conhecer os pontos de gargalos que o Nordeste tem, principalmente aqui em Suape, para a questão logística. Na Região Metropolitana do Recife, o comprador já consegue receber rapidamente. No Recife, por exemplo, conseguimos fazer a entrega no mesmo dia”, afirma o diretor da Shineray.
Para Paulo, a melhoria no processo logístico pode trazer grandes impactos não apenas no relacionamento com o cliente, mas também para o custo final dos produtos. “Melhorando a logística você barateia esse processo e consegue ter o menor preço”, explica.
Segundo o diretor da empresa, as soluções que já estão sendo pensadas pelo poder público deverão ajudar a resolver os gargalos relacionados a essa questão. “A governadora, junto com o seu secretariado, não tem medido esforços para que esses pontos sejam resolvidos. O Arco Metropolitano, por exemplo, é uma solução que vai melhorar muito a logística em Pernambuco”, exemplifica Perez.

PRIVADO
Além das iniciativas do poder público, o diretor também destaca que parcerias com o setor privado também podem trazer melhorias significativas para a logística no Estado. Um dos exemplos é um acordo de cooperação técnica firmado entre o Atitude Pernambuco e DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) que visa a execução de obras na BR-101/PE Sul.
“Esse trecho do viaduto da Vitarella, por exemplo, que é uma iniciativa do grupo Atitude em um projeto junto com o Dnit, também deve ajudar na eliminação de um gargalo dessa parte logística que existe atualmente”, completa Paulo.
Já a médio prazo, Perez vê a conclusão da Transnordestina e a adoção do modal ferroviário como mudanças de grande impacto para o setor logístico, sendo capazes de afetar diretamente a relação da empresa com o consumidor. “Essa preocupação em melhorar e baratear a logística pode ter como consequência a possibilidade de diminuir os custos”, finaliza o diretor.