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"Baila, Vini": documentário estreia com cenas inéditas da vida familiar e bastidores da carreira

Produção da Netflix aborda racismo sofrido pelo atacante na Espanha e mostra detalhes do dia a dia do atleta em casa e no clube

"Desde que eu me lembro, eu jogo futebol" é uma frase que não surpreende ao abrir uma produção sobre um atleta que virou profissional aos 16 anos. Um dos principais nomes do futebol brasileiro e já considerado ídolo do Real Madrid aos 24, Vinicius Junior é personagem marcante dentro e fora dos campos.

Contudo, a relação com familiares e amigos ainda não era conhecida da mesma forma. Para isso, o craque abriu as portas de sua casa na Espanha e revelou detalhes do seu dia a dia para a equipe da Netflix, que lança hoje o documentário “Baila, Vini”.

Além de acompanhar a trajetória do atacante no futebol europeu — desembarcou em Madri em 2018 —, a produção tem como diferencial trazer os depoimentos de pessoas que o cercam, desde a mãe, Fernanda Nascimento, e o pai, Vinícius Paixão, até os amigos de infância que seguiram junto com ele para o Velho Continente.

 

Ao longo de 1 hora e 40 minutos, é possível ter um outro olhar sobre a carreira de Vini Jr. por meio das imagens feitas por uma pequena equipe da Netflix entre o meio de 2023 e o fim de 2024. Somam-se a elas o material inédito documentado ao longo de anos pela equipe do próprio jogador.

O ambiente caseiro é destaque, mas o Real Madrid também permitiu que o documentário “invadisse” o clube, mostrando bastidores, detalhes das conquistas de duas Ligas dos Campeões (2022 e 2024) e entrevistando companheiros como o goleiro Thibaut Courtois, os meias Toni Kroos e Jude Bellingham, o atacante Rodrygo e o treinador Carlo Ancelotti.

Sua agem pelo Real engrenou de fato quando o técnico italiano retornou ao clube madrilenho, em 2021, e permitiu que Vini desbloqueasse sua melhor versão. O “baila” do título (“dança”, em espanhol) é justificado no documentário não apenas pelo estilo driblador e alegre do atacante dentro de campo, mas também como referência ao slogan que repercutiu nas redes em apoio à bandeira que Vini levantou contra os ataques racistas que vem sofrendo há anos na Espanha.

Futuro treinador da seleção brasileira, Ancelotti endossa, em seus depoimentos, as defesas públicas feitas ao astro, criticado na Espanha por ter estilo "provocativo", especialmente quando ou pelo momento mais delicado da vida. Em 2023, o brasileiro foi vítima de pesados ataques racistas de torcedores do Valencia no estádio Mestalla e se levantou como personagem central da luta contra o preconceito.

O episódio atingiu sua família em cheio, em especial a mãe, sentida até hoje por não ter estado ao lado dele naquele dia. A distância é uma dificuldade mostrada, sobretudo para parentes residentes no Brasil. A avó Nilza, por exemplo, viajou de avião pela primeira vez na vida em 2024, quando foi à Europa para assistir à final da Champions, na Inglaterra.

Entre andanças de carro, trabalhos na academia e diálogos no quarto, Vini é mostrado pela produção como um homem com a mesma simpatia do garoto que saiu de São Gonçalo, brilhou rapidamente no Flamengo e foi negociado por 45 milhões de euros (cerca de R$ 164 milhões em 2018) para o Real Madrid. E, mesmo tendo brilhado com gols de título na Europa, ele ainda revela que as maiores frustração e o sonho estão diretamente ligados à Copa do Mundo e ao seu papel na seleção brasileira.

“Baila, Vini” foi gravado em sete países e conta com 58 entrevistados, entre eles Ronaldo Fenômeno, Benzema, Neymar, Roberto Carlos e o streamer Casimiro.

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