Com sonho de conhecer a Ilha, catarinense conta como amor pelo Sport a ajudou a vencer a depressão
Thalita Costa, de 26 anos, é torcedora ferrenha do Leão e tem o sonho de assistir um jogo do clube no estádio
Qual a distância mínima para medir o amor de um torcedor pelo clube do coração? Bem, apesar do mau momento da equipe na temporada, o sentimento da rubro-negra Thalita Costa pelo Sport cruza algumas regiões do Brasil, mais precisamente 3.186 km até a Ilha do Retiro. Moradora de ville, em Santa Catarina, a gestora de projetos de tecnologia da informação é torcedora ferrenha do Leão, em relação que iniciou há poucos anos e que a ajudou a superar adversidades.
A história da rubro-negra do Sul do País ou a viralizar entre os torcedores do clube no último dia 13, aniversário do Sport, após ela fazer uma publicação no X - antigo Twitter - contando como surgiu sua paixão pela equipe da Ilha do Retiro. Não demorou para o 'post' ganhar centenas de curtidas, além de dezenas de compartilhamentos e comentários de rubro-negros acolhendo a jovem de 26 anos de braços abertos.
De ville até a Ilha do Retiro são mais de 3 mil km… e mesmo assim, por amor, eu escolhi ser Sport Club do Recife. Esse time mudou minha história, me fez sentir, viver, acreditar… E se fosse pra escolher de novo? Eu escolheria mil vezes viver tudo isso outra vez. https://t.co/KdAGp7ZX1e
— thali (@desmanthali) May 13, 2025
Em entrevista concedida à Folha de Pernambuco, Thalita explicou com detalhes essa sua relação com o Sport, que nasceu há cinco anos, diante de um momento complicado vivido durante a pandemia da Covid-19. Na época, com 20 anos, a catarinense teve que lidar com uma pré-eclâmpsia - complicação da gravidez caracterizada por aumento da pressão arterial - e com a depressão pós-parto, após o nascimento do seu único filho.
"Aos 20 anos, me tornei mãe, e junto com a maternidade veio a depressão pós-parto. Minha gravidez foi muito difícil, ainda mais em plena pandemia. Meu filho teve complicações por conta da minha pré-eclâmpsia, e tudo isso me abalou profundamente. Logo depois, veio o diagnóstico do autismo dele, eu me vi perdida. Eram dias e mais dias em crise, com aquele choro preso, sufocante", explicou Thalita.
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Em meio aos dias difíceis, a catarinense viu seus dias ganharem cor ao se deparar com um jogo do Sport na televisão: derrota do Leão por 3x0 para o Bragantino, pela Série A 2021. Casada com um torcedor do Athletico-PR, ela afirma que não entendia de futebol, mas que o Leão da Praça da Bandeira a fez ser resgatada de um momento da vida em que se via "naufragando".
"Em um dia qualquer, olhando os canais na TV, me apareceu um jogo do Sport. Até hoje eu não sei explicar como aconteceu (risos), mas apareceu e eu assisti. Naquele momento, algo em mim disse: "é por aqui que eu vou seguir". Eu, que nunca entendi nada de futebol, comecei a me interessar, a mergulhar de cabeça", detalhou.
"Quando eu percebi, já sabia a história inteira do clube, conhecia os jogadores antigos e atuais, já cantava o hino que mexe comigo até hoje. Entendi que não era só futebol, era uma paixão que me resgatou num momento em que eu estava naufragando", seguiu.
Dona de camisas, bandeira, 'cavalinho', quadro e até uma tatuagem do Sport, Thalita reforça também o seu amor pelo Nordeste do Brasil. Relação esta, em especial com Pernambuco, que nasceu ainda antes de acompanhar o clube do coração. "Nunca fui ligada às culturas do meu estado. Sempre tive um pé no Nordeste. Perto dos meus 10 anos, comecei a ter o à internet e esse laço se fortaleceu", relembrou.

"ei a me apaixonar pelas tradições, pelas comidas, pelas músicas... virei fã de artistas que ninguém aqui no Sul nem sonha em conhecer. Sou muito fã da Raphaela Santos. Acredita que sei fazer sarapatel e caldinho (risos)? Mesmo com o ar do tempo, nunca consegui me desligar totalmente do estado. Conheci colegas de internet e até aqui mesmo que eram de Pernambuco, mas, até então, sem nenhuma ligação com o Sport", prosseguiu.
Sem nunca ter visitado Pernambuco, Thalita revela o sonho de vir ao estado para assistir ao time do coração in loco. Atualmente, além de ficar na frente da TV, ela se sente próxima dos jogos na Ilha do Retiro através de vídeos enviados por torcedores em um aplicativo de mensagens. Neste ano, com a ausência de clubes de Santa Catarina no Brasileirão, ela planeja acompanhar uma partida do Rubro-negro em estados próximos ao seu de origem, mesmo diante das circustâncias do Sport no campeonato.
"Eu sonho todos os dias com a Ilha. Acompanhar o seu time em todos os estados deve ser ótimo, mas estar em casa deve ser uma sensação única. Meus amigos vivem me enviando vídeos quando vão para jogos, sempre querem me deixar próxima. Neste ano, estou me programando para ir ver algum jogo em São Paulo ou no Rio de Janeiro, para pelo menos aproveitar um pouco da Série A", contou.
"Estamos ando por um momento difícil, sendo lanterna há muito tempo. Apesar de toda situação, não podemos desistir, temos que persistir, analisar os erros. Algo visto desde o ano ado, é que muitas falhas foram por besteiras, mas outras eram previsíveis que aconteceriam este ano. Mesmo que seja difícil de conquistar os pontos, para tudo tem solução", finalizou.
