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DEPUTADA FEDERAL

Carla Zambelli diz estar nos EUA e que irá para a Itália: "Lá sou intocável"

Em entrevista à rádio bolsonarista, deputada federal afirmou ter saído do país para buscar tratamento médico

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou em entrevista nesta terça-feira (3) que está nos Estados Unidos e que pretende, eventualmente, ir para a Itália, país em que tem cidadania.

A declaração foi dada em entrevista à CNN, após ela ter afirmado mais cedo que estava na Europa. Ela deixou o país após ter sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão.

— Para tranquilizar meus amigos, eu tenho aporte italiano, eu estou nos EUA. Eu vim para cá para fazer um tratamento de saúde, ligado a uma síndrome rara que eu tenho.

A deputada disse que sua intenção inicial era ficar no Brasil, mas se descreveu como vítima de perseguição:

— Eu percebo que nós não temos mais justiça no Brasil, eu tenho cidadania italiana e eu nunca escondi. Como cidadã italiana, eu sou intocável na Itália. Ele (Alexandre de Moraes) não pode me extraditar de um país que eu sou cidadã.

Em seguida, disse não temer ser presa:

— Eles (os ministros do STF) vão tentar me prender na Itália, mas lá eu sou intocável a não ser que a polícia italiana me prenda.

Sobre uma possível volta ao Brasil, afirmou que este retorno só ocorrerá quando o Brasil "voltar a ser uma democracia".

Mais cedo, à rádio Auriverde, a deputada afirmou que pretende viajar pelo continente europeu e se reunir com autoridades para denunciar o que chama de distorções na realidade brasileira.

Zambelli deixou o país antes da conclusão do julgamento de todos os recursos contra sua condenação, que pode resultar em prisão e na perda do mandato parlamentar. A sentença foi motivada por seu envolvimento em invasões ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli e o hacker Walter Delgatti foram responsáveis por elaborar e inserir diversos documentos falsos no sistema do CNJ. Entre eles, um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes, redigido como se tivesse sido assinado pelo próprio magistrado. O documento foi incluído no Banco Nacional de Mandados de Prisão, vinculado ao CNJ.

Logo após a condenação, ela deu uma entrevista coletiva em São Paulo, criticando a sentença. Esta foi sua última aparição pública no Brasil.

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