Após a morte de Francisco, fiéis se reúnem no Vaticano e na Itália em clima de luto e devoção; veja
Neste ano de Jubileu, um 'ano santo' que ocorre a cada quarto de século, peregrinos do mundo inteiro viajam para Roma e para a Praça de São Pedro
A manhã desta segunda-feira de Páscoa foi marcada por comoção, surpresa e devoção na Praça de São Pedro, no Vaticano. “Um grande Papa se foi”, lamentou Fabio Malvesi, ainda chocado, que foi à praça, assim como centenas de fiéis, após o anúncio da morte do Papa Francisco, aos 88 anos.
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— Cheguei aqui por acaso. Ouvi a notícia em um programa de rádio. Um grande Papa se foi. Ele mudou muitas coisas, muitas barreiras. Era uma grande pessoa, simples — contou Malvesi, de 66 anos, fumando um cigarro.
Além disso, várias equipes de televisão começaram a instalar câmeras e holofotes na grande praça, delimitada pela famosa colunata de Bernini, dominada pela imponente silhueta da Basílica de São Pedro.
À beira das lágrimas, Cristina Borsetto não consegue deixar de ligar o Papa Francisco, eleito em 2013, ao seu filho, que nasceu naquele ano.
— É um momento difícil para nós, cristãos, e ainda mais para a nossa família, porque lembra o nascimento do meu filho — explica a mulher, que saiu de Pádua, no norte da Itália, para ar a Páscoa em Roma. — Ele foi um Papa que sempre demonstrou extrema espontaneidade e simplicidade. Ele representava Deus, a autoridade suprema da Igreja, mas não estava muito distante das pessoas comuns.
Sinos tocam por toda Roma
Quando os sinos começaram a tocar em todas as igrejas de Roma, dois casais de turistas ses sentiram como se estivessem vivenciando "um momento histórico".
— Foi estranho. Foram alguns romanos que nos contaram. Eles ficaram tristes. Nós compartilhamos a tristeza deles, mesmo não acreditando muito — lembra Pascale Girard, 57 anos.
— Ele era um Papa próximo do povo, talvez um pouco mais dos pobres. Ele vinha da América Latina e, nesse sentido, rompia com Bento XVI [seu antecessor alemão]. Achávamos que ele era um Papa no mínimo humano e moderno.
Neste ano de Jubileu, um "ano santo" que ocorre a cada quarto de século, peregrinos do mundo inteiro viajam para Itália e Vaticano, e esta segunda-feira não foi diferente: milhares deles, incluindo italianos, sul-americanos e filipinos, estão indo para a Praça de São Pedro.
Eles são guiados por equipes de voluntários, reconhecíveis por seus coletes verdes, como o venezuelano Royben Noris, incapaz de esconder sua tristeza.
— Ficamos todos realmente surpresos porque ele foi visto ontem na Praça de São Pedro, percorreu toda a praça sem assistência ou oxigênio — disse o homem de 33 anos, emocionado. — Foi uma grande alegria para todos vê-lo novamente na praça, andando e bem. Sua morte hoje é bastante surpreendente, porque nós o vimos muito bem ontem.