Banco é condenado a indenizar cliente assaltada após sacar R$ 217 mil; vídeo
Juiz determina ainda que funcionário da instituição seja investigado por suspeita de participação no crime
O Banco Santander foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro a indenizar uma cliente em R$ 217 mil por danos morais e R$ 30 mil por danos materiais. Na sentença, do último dia 19, é determinado ainda que um funcionário da instituição seja investigado criminalmente por suspeita de participação no assalto sofrido pela vítima logo após deixar a agência, em janeiro de 2023.
Num vídeo obtido pela defesa da mulher é possível vê-la parada na Rua Conde de Bonfim, na Tijuca, Zona Norte da capital, ao lado do funcionário do banco. Logo em seguida, dois homens se aproximam e um deles, armado, arranca da mão da vítima um saco de papel onde se encontravam os R$ 217 mil referentes a suas economias.
A mulher fez um registro de ocorrência do roubo e entrou na Justiça contra o banco por suspeitar da participação do funcionário no crime já que, segundo ela, foi quem a orientou a fazer o saque após ela se queixar de movimentação suspeita em sua conta. O homem alegou, porém, que naquele instante não tinha a quantia na agência e orientou a mulher a voltar no dia seguinte. Ela o fez e, ao fazer o saque, teve o dinheiro colocado no saco de papel.
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"A autora estava sozinha sem qualquer familiar para lhe prestar auxílio, e ao ser indagada pelo gerente se estava de carro, disse que pegaria um táxi. O gerente se prontificou a sair da agência com a autora para chamar o táxi. A fita de vídeo reproduzida em audiência retrata a saída da autora e do gerente de dentro da agência. Quase que imediatamente após a saída dos dois, ou uma moto com o garupa armado que exigiu em alto e bom som que queria a bolsa de papel, pouco se importando para a bolsa de alça que a autora também portava, inclusive com o celular dentro", diz um trecho da sentença.
Em outro, afirma que o assalto "não se tratou de empreendimento criminoso aleatório. Os meliantes somente queriam a bolsa de papel, quando é certo que somente o gerente sabia que todo o valor sacado estava dentro da sacola de papel. É evidente que o roubo contou com a parceria de prepostos do banco, não é razoável que uma senhora de idade saia de uma agência bancária com mais de 200 mil reais em dinheiro e, segundos após sair, apareçam os meliantes ordenando a entrega tão somente da bolsa de papel, ignorando todo resto de pertences da autora".
Na sentença consta ainda que "a fita de vídeo aponta que o gerente parecia antever os os dos meliantes, pois não se apavorou com a chegada repentina dos mesmos. Por outro lado, os meliantes sequer se preocuparam em apontar a arma para o gerente o que é, no mínimo, curioso, pois era o único homem ao lado da autora no momento e, nesta qualidade, o mais provável a esboçar possível reação".
O Globo entrou em contato com o Santander por e-mail e ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para qualquer manifestação.