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ÁSIA

Chuva ajuda os bombeiros na Coreia do Sul após incêndios que deixaram 28 mortos

Especialista alerta sobre as mudanças climáticas que alimentam tragédias como essa

A chuva durante a noite deu um alívio nesta sexta-feira (28) aos bombeiros mobilizados para extinguir os piores incêndios da Coreia do Sul, que deixaram 28 mortos no país.

Mais de 10 incêndios devastam desde o fim de semana amplas áreas do sudeste do país. As chamas reduziram a cinzas um templo milenar e forçaram a fuga de 37.000 pessoas.

As chamas bloquearam rodovias e cortaram linhas de comunicação, o que provocou a fuga em pânico das pessoas que ficaram bloqueadas em seus carros.
 

Cientistas e autoridades do governo afirmaram que o vento e o ambiente seco após uma temporada com poucas chuvas e um ano de temperaturas recorde contribuíram para a rápida propagação do fogo.

Mas as chuvas registradas na madrugada de sexta-feira ajudaram os bombeiros a conter o avanço dos focos mais preocupantes.

A chuva "reduziu a neblina, melhorou a visibilidade, e as temperaturas mais frias comparadas com outros dias criaram condições muito favoráveis para as tarefas de extinção", afirmou o diretor do serviço florestal, Lim Sang-seop.


Milhares de casas destruídas
O Ministério do Interior anunciou mais uma vítima fatal dos incêndios e o balanço subiu para 28 mortos. Também há 37 feridos, nove deles em estado grave.

A maioria são residentes da região, principalmente idosos. Também faleceram quatro bombeiros e um piloto na queda de um helicóptero em uma zona montanhosa.

As chamas destruíram mais de 2.240 casas na zona rural de população envelhecida e devastaram mais de 35.000 hectares, o que os transforma nos piores incêndios registrados na história da Coreia do Sul.

Também destruíram vários locais históricos, como o complexo de templos Gounsa no condado de Uiseong, que historiadores acreditam que foi construído originalmente no século VII.

A cientista Kimberley Simpson, especialista em soluções climáticas baseadas na natureza, estabelece um paralelo entre os incêndios e os que arrasaram a Califórnia em janeiro.

"Ambos foram precedidos por condições excepcionalmente quentes e secas que deixaram uma vegetação muito inflamável, e ambos foram intensificados por ventos fortes que propagaram as chamas e dificultaram a extinção", explicou.

"Em apenas três meses de 2025 já vimos uma atividade recorde de incêndios em várias regiões", acrescentou a pesquisadora da Escola de Biociências da Universidade de Sheffield.

"À medida que a mudança climática eleva temperaturas e altera os padrões de chuvas, as condições que alimentam os incêndios devastadores se tornam mais frequentes", alertou.

 

  • Pertences carbonizados de Kim Seung-weon são vistos nos restos queimados de sua casa, dois dias depois de um incêndio florestal ter varrido sua aldeia, em Andong | Foto: ANTHONY WALLACE / AFP
    Pertences carbonizados de Kim Seung-weon são vistos nos restos queimados de sua casa, dois dias depois de um incêndio florestal ter varrido sua aldeia, em Andong | Foto: ANTHONY WALLACE / AFP
  • Um helicóptero KA-32A de combate a incêndios operado pela Forest Aviation da Coreia decola em Yeongdeok | Foto: ANTHONY WALLACE / AFP
    Um helicóptero KA-32A de combate a incêndios operado pela Forest Aviation da Coreia decola em Yeongdeok | Foto: ANTHONY WALLACE / AFP
  • Brasas e fumaça saem de um incêndio florestal em Cheongsong | Foto: ANTHONY WALLACE / AFP
    Brasas e fumaça saem de um incêndio florestal em Cheongsong | Foto: ANTHONY WALLACE / AFP
  • Incêndios florestais se espalham pelas encostas das montanhas em Uiseong, Coreia do Sul | Foto: YASUYOSHI CHIBA / AFP
    Incêndios florestais se espalham pelas encostas das montanhas em Uiseong, Coreia do Sul | Foto: YASUYOSHI CHIBA / AFP

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