Cientistas implantam 1º coração totalmente artificial feito de titânio em paciente humano
Aparelho é utilizado para bombear sangue de pacientes com insuficiência cardíaca que aguardam um transplante
O Instituto do Coração do Texas (THI) e a empresa de aparelhos médicos BiVACOR implantaram pela primeira vez um coração totalmente artificial feito de titânio em um paciente humano como parte dos estudos clínicos com o dispositivo, nos Estados Unidos.
Chamado de Coração Artificial Total (TAH), o implante é uma bomba de sangue que substitui os dois ventrículos de um órgão com insuficiência cardíaca.
O objetivo é avaliar a segurança e o desempenho do TAH, que foi desenvolvido pela BiVACOR, como uma solução temporária para pacientes que aguardam um transplante de coraçã, e cujas opções atuais de dispositivos para controlar o problema enquanto isso não podem ser utilizadas.
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A insuficiência cardíaca é uma síndrome clínica que leva o coração a perder ou a diminuir a capacidade de bombear sangue adequadamente. Geralmente, ela decorre de outros problemas de saúde que afetam o desempenho do órgão. O diagnóstico foi a causa, por exemplo, do transplante realizado pelo apresentador Faustão em 2023.
Após os resultados positivos do implante inédito, outros quatro pacientes foram incluídos nos testes. “Com a insuficiência cardíaca permanecendo como uma das principais causas de mortalidade em todo o mundo, o TAH da BiVACOR oferece um farol de esperança para inúmeros pacientes que aguardam um transplante de coração”, afirma Joseph Rogers, presidente do instituto no Texas e pesquisador principal do estudo, em comunicado.
A alternativa é importante especialmente devido à alta prevalência da doença. Algumas estimativas apontam para cerca de 26 milhões pessoas vivendo com insuficiência cardíaca no mundo, enquanto outras sugerem que o quadro acomete até 2% da população mundial, o que seria mais de 150 milhões.
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Neste contexto, os pesquisadores afirmam que os transplantes são reservados para casos graves, e que menos de seis mil procedimentos ocorrem a cada ano pelo mundo. Com isso, os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH) avaliam, por exemplo, que até 100 mil americanos podem se beneficiar de es mecânicos como o novo coração artificial.
“Estou incrivelmente orgulhoso de testemunhar o sucesso do primeiro implante em humanos do nosso TAH. Essa conquista não teria sido possível sem a coragem de nosso primeiro paciente e sua família, a dedicação de nossa equipe e nossos colaboradores especializados do Instituto do Coração do Texas”, celebra Daniel Timms, fundador e diretor de tecnologia da BiVACOR.
Para bombear o sangue, o implante utiliza tecnologia de levitação magnética, o mesmo princípio usado em alguns trens de alta velocidade. Ele é uma peça única que possui um rotor dentro, que é um item giratório, que fica suspenso pelo campo magnético.
Com isso, ele gira rapidamente, criando o fluxo de sangue que imita os batimentos naturais do coração em direção aos pulmões e o resto do corpo. A suspensão magnética evita um desgaste mecânico do item, o que, segundo os criadores, torna o TAH uma opção durável, confiável e compatível com o corpo humano.
“Utilizando a avançada tecnologia MAGLEV, nosso TAH nos deixa um o mais perto de oferecer uma opção extremamente necessária para pessoas com insuficiência cardíaca em estágio terminal que precisam de e enquanto aguardam um transplante de coração. Estou ansioso para continuar a próxima fase de nosso estudo clínico”, continua Timms.