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NOVO PAPA

Conclave para escolha do novo papa começará em 7 de maio; entenda como vai ser

Votação secreta pode durar vários dias

Após reunião realizada nesta segunda-feira (28) para definir os próximos os dos ritos, os cardeais decidiram que o conclave para a escolha do novo pontífice terá início em 7 de maio. A informação foi dada pelo porta-voz do Vaticano.

Na quarta-feira da próxima semana (7), os cardeais participarão de uma missa solene na Basílica de São Pedro, após a qual aqueles com direito a voto - os que têm menos de 80 anos - se reunirão na Capela Sistina para uma votação secreta que pode durar vários dias, o chamado Conclave, informou o porta-voz Matteo Bruni.

Como vai funcionar o Conclave?
O conclave, que tem séculos de história, mas só começou a ganhar o formato atual e a isenção de interferências externas ao longo do século XX, acontece na Capela Sistina, a portas fechadas. É da chaminé dela que saem a fumaça preta, quando ainda não houver a escolha de um novo Papa, e a branca, quando um novo Pontífice for definido.

O período de escolha, quando um Papa morre ou renuncia, é chamado de Sé Vacante. Enquanto não há um novo Papa, o Colegiado de Cardeais e o Camerlengo comandam a Igreja e as questões istrativas do Vaticano. Paralelamente, os cardeais são convocados para as reuniões pré-conclave, que definem as datas e todos os detalhes do processo. Giovanni Battista Re, atual decano do Colegiado de Cardeais, preside as reuniões.

Fumaça branca anuncia que um novo papa foi escolhidoFumaça branca anuncia que um novo papa foi escolhido - Foto: Arquivo FolhaPE

Uma vez que o processo esteja alinhado, os cardeais se preparam para entrar em isolamento total do mundo exterior. O o a telefones, internet, TV, jornais e demais meios de informação não é permitido após o início do conclave. Eles se hospedam na Casa de Santa Martha, que, assim como a Capela Sistina, fica trancada.

Na manhã do início, o colegiado se reúne na Basílica de São Pedro para a missa solene "Pro eligiendo Pontifice". De lá, vão em procissão para a Capela Sistina entoando a oração "Litania sanctorum" (a Ladainha de Todos os Santos), seguida pelo "Veni, Creator Spiritus", pedindo a intervenção do Espírito Santo e de todos os santos, enquanto assumem seus lugares diante da obra "Juízo Final", de Michelangelo, que fica no altar da capela.

Os cardeais fazem um juramento de segredo — ível de excomunhão em caso de quebra — válido durante e após o conclave, jurando também não apoiar interferências no processo.

Dois terços dos votos
Feito o juramento, o condutor da cerimônia dá a ordem "Extra omnes" ("todos para fora") e aqueles que não fazem parte do conclave deixam a capela. Cabe a um cardeal ler sobre as qualidades necessárias e os desafios do novo Papa. Permanecem nos arredores apenas funcionários de segurança, mestres de cerimônia e outros oficiais essenciais para a logística do rito.

O processo pode ter até 120 cardeais votantes e elegíveis — atualmente, a Igreja tem 252 cardeais, sendo 135 com direito a voto. Aqueles com mais de 80 anos não votam.

Cardeais na Basílica de São Pedro, em Roma, antes do início do conclave que elegeu o Papa Francisco Cardeais na Basílica de São Pedro, em Roma, antes do início do conclave que elegeu o Papa Francisco - Foto: Gabriel Bouys/AFP

Para ser escolhido o novo Papa, é necessário conquistar dois terços dos votos válidos. Caso não haja consenso no primeiro dia, o conclave vai para um segundo dia, com mais quatro processos de votação: dois pela manhã e dois pela tarde. Se não houver um nome escolhido no terceiro dia, dá-se uma pausa de um dia para orações e o processo de quatro votações é repetido na sequência.

Cada um dos cardeais eleitores escreve sua escolha em um papel com os dizeres: "Eligo in summen pontificem" (elejo o Sumo Pontífice). Eles se aproximam do altar, um a um, e dizem: "Convoco como minha testemunha Cristo, o Senhor, que será o meu juiz, de que meu voto é dado àquele que, diante de Deus, eu acredito que deva ser eleito."

Nove cardeais são sorteados para funções específicas: três para compor a mesa de votação, três para recolher votos (quando necessário) e outros três para supervisionar a mesa.

Para contar os votos, as cédulas são perfuradas na palavra "eligo" com uma agulha e uma linha, formando uma espécie de cordão, e são queimadas com substâncias químicas específicas. É aí que são produzidas as fumaças — preta ou branca.

Eleito, o novo Papa é perguntado se aceita o cargo e escolhe sua nomenclatura ainda durante o conclave. Ele então é apresentado na Praça São Pedro sob o anúncio “Annuntio vobis gaudium magnum: Habemus Papam” (Com grande alegria, anuncio que temos um Papa), encerrando o processo formal.

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